Efeito do extrato da própolis verde em concentrações diferentes na movimentação ortodôntica em ratos
Ortodontia; Técnicas de movimentação dentária; Ratos; Própolis.
A própolis verde, uma substância natural amplamente consumida, tem demonstrado efeitos benéficos no tecido ósseo. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito do extrato alcoólico de própolis verde em diferentes concentrações sobre a movimentação ortodôntica (MO) em ratos. O experimento foi realizado de acordo com as diretrizes do Animal Research Reporting In Vivo Experiments – ARRIVE e incluiu 48 ratos Wistar (após as perdas a amostra ficou composta por 40 ratos), saudáveis (250g), com 7-10 semanas de idade, que foram submetidos à MO por meio de uma mola helicoidal fechada de níquel-titânio (50cN), instalada entre o primeiro molar superior esquerdo e os incisivos maxilares, com administração diária de substâncias por gavagem durante 21 dias. Os ratos foram divididos em quatro grupos: controle (GC, água), grupo experimental 1 (P1, própolis 100 mg/kg), grupo experimental 2 (P2, própolis 300 mg/kg) e grupo experimental 3 (P3, própolis 500 mg/kg). Foram realizadas análises do extrato de própolis verde por cromatografia em camada delgada de alta eficiência (HPTLC) e varredura espectrofotométrica na região UV-VIS, para determinação dos flavonoides, ácido cafeico e compostos fenólicos totais. o efeito sistêmico da própolis verde foi avaliado nos animais, não interferindo na MO. A análise de microtomografia computadorizada (Micro CT) linear da MO (movimento mesial, vertical e espessura do ligamento periodontal nas áreas de tensão e pressão) e volumétrica (no % de volume ósseo, % de porosidade óssea, número e espaço entre as trabéculas ósseas) foi verificada por meio de análise de variância (ANOVA) unidirecional, seguida pelo teste de Tukey (5%) sem diferenças (p>0,05). Foi verificado aspectos histológicos da raiz disto-vestibular de remodelação óssea nas áreas de tensão (lado distal) e pressão (lado mesial) e todos os grupos apresentaram atividade osteoblástica no lado de tensão. Observou-se uma diferença significativa (p<0,05*), a partir do teste de Kruskall-Wallis, seguido pelo pós-teste de Dunn (5%) no lado de pressão através de escores atribuídos a fenômenos periodontais observados com modulação inflamatória mais acentuada nos grupos tratados com própolis. O estudo sugere que a própolis verde tem potencial para modular a inflamação e preservar a qualidade óssea, sem comprometer a movimentação dentária.