Cistos odontogênicos. tumores odontogênicos. proteínas Hedgehog. imuno-histoquímica.
Os cistos e tumores odontogênicos representam grupos heterogêneos de lesões que acometem os ossos gnáticos e que ainda não possuem patogênese completamente esclarecida. Por isso, diversos estudos têm sido desenvolvidos com o intuito de analisar se desregulações em algumas vias de sinalização estariam relacionadas ao desenvolvimento e progressão destas lesões. Dentre as vias estudadas, destaca-se a via Sonic Hedgehog, que exerce um importante papel no desenvolvimento embrionário do órgão dental e apresenta-se mutada em alguns tipos de cânceres. O presente trabalho teve como objetivo analisar e comparar a expressão imuno-histoquímica de proteínas envolvidas na via de sinalização Sonic Hedgehog (SHH, SMO e GLI-1) em ceratocistos odontogênicos (CO), ameloblastomas (AMB) e tumores odontogênicos adenomatoides (TOA). A imunoexpressão das proteínas foi avaliada semiquantitativamente em cada caso estudado e os dados foram submetidos à análise estatística por meio dos testes de Kruskal-Wallis (KW), Mann-Whitney (U) e Spearman (r), com o nível de significância estabelecido em 5% (p < 0,05). Ao analisar a proteína SHH nas três lesões, observou-se que o AMB demonstrou expressão membranar/citoplasmática significativamente maior em comparação ao TOA e CO. Com relação à análise membranar/citoplasmática da SMO, não foram identificadas diferenças entre as lesões estudadas. Para a proteína GLI-1, foram constatadas diferenças estatisticamente significativas em nível nuclear para o AMB e CO em comparação ao TOA. Além disso, foram observadas correlações positivas com significância estatística entre GLI-1 citoplasmático e GLI-1 nuclear para o AMB e CO, e entre o SMO membranar/citoplasmático e o GLI-1 citoplasmático para o TOA e o CO. Os resultados do presente estudo confirmam a participação dessa via de sinalização na patogênese das lesões estudadas e a superexpressão de SHH em AMBs e GLI-1 nuclear em AMBs e COs, indica que estas proteínas contribuem com o comportamento biológico mais agressivo destas duas lesões quando comparado ao TOA.