Osmoporação de fisetina em células de bactérias probióticas (Lactobacillus acidophilus): parâmetros do processo, bioacessibilidade e incorporação em bebida láctea.
lácteos fermentados; microencapsulação; biotecnologia; alimentos funcionais.
Esse estudo propõe a encapsulação da molécula hidrofóbica de fisetina em células de bactérias probióticas Lactobacillus acidophilus via osmoporação. Para tanto, inicialmente a influência de parâmetros selecionados do processo (concentração de fisetina e pressão osmótica) na eficiência de encapsulação foi avaliada. Feito isso, a caracterização estrutural (pelas técnicas FT-IR e DSC), bioacessibilidade das biocápsulas, e manutenção da capacidade acidificante da L. acidophilus em bebida láctea fermentada (sistema-modelo) foram analisados. Os resultados obtidos mostraram maior eficiência de encapsulação (28%) para fisetina a 2 mg.ml-1 e pressão osmótica de 15 MPa. Adicionalmente, as curvas de calorimetria exploratória diferencial (DSC) apontam a internalização de fisetina no citoplasma, bem como, sua adsorção na superfície celular. Ao final da simulação in vitro em ambiente gastrointestinal, a bioacessibilidade da fisetina encapsulada alcançou 45,9%, enquanto na forma livre, apenas 0,7%. As cápsulas de fisetina foram adicionadas em leite e observou-se que o teor de fisetina liberado durante a fermentação láctea aumentou consideravelmente a atividade antioxidante da bebida fermentada (95,3%) por 14 dias e o teor de fisetina encapsulado manteve-se elevado (85%) por 28 dias. Portanto, os resultados demonstram que a osmoporação de fisetina em células de L. acidophilus é uma técnica simples e eficiente para proteção de moléculas bioativas para aplicações na indústria de alimentos.