FACILITADORES E BARREIRAS À INOVAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DO SETOR SUCROENERGÉTICO
Inovação; Gestão da Inovação; Setor Sucroenergético; Habilitadores; Obstáculos.
A inovação é um processo sistemático e multifacetado, que envolve vários elementos, internos e externos à organização. Esses elementos são capazes de promover ou dificultar o desenvolvimento das inovações, considerados como facilitadores ou barreiras inerentes ao processo. Devido à relevância do tema exposto, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar os principais fatores facilitadores e as barreiras ao processo de inovação em uma organização de grande porte do setor sucroenergético, localizada no estado de São Paulo. O percurso metodológico foi estruturado para uma pesquisa aplicada, com objetivos descritivo e explicativo, de abordagem mista (quantitativo e qualitativo) e fundamentado por uma pesquisa bibliográfica e documental e, posteriormente, por um survey e um estudo de caso. A realização deste trabalho contribuiu para suprir duas lacunas identificadas na literatura: (i) a compreensão aprofundada dos elementos que impactam de modo significativo no desenvolvimento das inovações; e (ii) a identificação desses elementos em uma organização do setor sucroenergético, visto que não foram encontrados estudos que explorassem essa relação, o que se torna necessário para o atingimento do objetivo proposto neste estudo. Os resultados encontrados indicam que a empresa pratica, predominantemente, a inovação de processos, de forma incremental, com a expansão da sua capacidade produtiva como o principal objetivo ao ato de inovar. Em relação aos fatores facilitadores internos, destacam-se: (i) elemento humano: autonomia e liberdade para expressar novas ideias; (ii) ambiente organizacional: cultura organizacional; (iii) recursos: recursos humanos; e (iv) aspectos gerenciais: inovação como uma diretriz estratégica; enquanto para os facilitadores externos, destacam-se: (i) clientes: apoio e colaboração no desenvolvimento de novas ideias; (ii) concorrentes: compartilhamento de dados e informações; (iii) fornecedores: apoio e colaboração no desenvolvimento de novas ideias; (iv) governo: Lei de Inovação e Lei do Bem; (v) tecnologias: computação em nuvem; e (vi) redes de inovação: compartilhamento de conhecimentos. No que concerne às barreiras internas, destacam-se: (i) recursos humanos: limitação de tempo; (ii) institucionais ou organizacionais: fluxo de comunicação inadequado; (iii) financeiras: retorno sobre o investimento longo; (iv) informacionais ou de conhecimento: pouca maturidade em P&D; e (v) tecnologias: dificuldade de acesso, obtenção e utilização de recursos tecnológicos; enquanto para as barreiras externas, destacam-se: (i) mercado: incertezas de mercado; (ii) financeiras: burocracia para captação de crédito; (iii) governo: burocracia para comercialização das inovações; e (iv) informacionais ou de conhecimento: carência de pessoas qualificadas no mercado.