O fazer musical: uma análise da atividade de formação de violonistas e o desencadeamento de possíveis distúrbios osteomusculares.
Violonista; Música; LER-DORT; Ergonomia; Saúde Ocupacional
O violão é o instrumento musical mais tocado em todo o mundo, tanto em caráter recreativo quanto profissional. Considerando que as pessoas tendem a reproduzir ao longo da vida algumas práticas, hábitos e costumes aprendidos, desde a mais tenra idade, e que o processo de formação musical pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades do músico profissional, faz-se necessário compreender até que ponto o processo de formação superior do violonista é provedor de comportamentos que levem os alunos ao adoecimento por LER/DORT. Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a prática de estudo dos alunos do curso de violão da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-EMUFRN em Natal-RN, de modo a identificar situações críticas que para o possível desenvolvimento de LER/DORT. A pesquisa classifica-se como qualitativa. Trata-se de uma pesquisa exploratória de campo, que, fundamentada no campo de estudo da Ergonomia, se utilizou de técnicas observacionais e interacionais para coleta de dados de campo, restituição e validação. Como resultados, foram identificados cinco cenários considerados críticos na rotina de estudo: sessões prolongadas de estudo com o instrumento, estudo para apreensão de técnicas específicas, preparação para recitais (avaliação acadêmica), retomada da prática após período de recesso, desconformidade no mobiliário e instrumentos de trabalho (cadeiras, suporte para violão, apoio para membro inferior). O estudo concluiu que a postura corporal adotada, a técnica escolhida pelo músico e a carga horária dedicada à prática com o instrumento são fatores importantes em todos os cenários apresentados.