ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE NATAL – RN: UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O ESTRESSE
Estresse; Ergonomia; Professor; Educação; Saúde Ocupacional.
O presente projeto de qualificação tem como objetivo geral analisar a atividade de trabalho dos professores do ensino fundamental I da rede pública municipal de ensino da cidade de Natal-RN, de modo a identificar quais os determinantes organizacionais que contribuem para o estresse ocupacional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa. A amostra da pesquisa diz respeito aos professores de Ensino Fundamental I que trabalham em vinte e duas escolas que foram selecionadas da forma aleatória. O tamanho da amostra foi definido a partir de um estudo piloto, realizado em dezesseis escolas, que também foram escolhidas de forma aleatória. Primeiramente, realizou-se uma pesquisa exploratória sobre a saúde ocupacional dos referidos professores, através da qual caracterizou-se o perfil social e profissional, identificou-se a quantidade e as causas de afastamento entre os anos de 2010 e 2013, mapearam-se os professores acometidos por estresse e os principais estressores presentes no local de trabalho e identificaram-se os principais estressores ligados aos aspectos organizacionais. Em uma segunda fase, realizou-se um estudo de caso, ainda em curso, em uma das escolas pesquisadas, aplicando-se o método da Análise Ergonômica do Trabalho – AET. Os conhecimentos de Ergonomia têm sido utilizados nesta pesquisa, com vistas a compreender a relação entre o trabalho dos professores e o acometimento de estresse ocupacional e a colaborar com a indicação de medidas de otimização conjunta da eficiência e da saúde ocupacional dos professores. Os resultados preliminares demonstraram que a principal causa de afastamento médico de professores de Ensino Fundamental, nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013 foram os Transtornos Mentais e Comportamentais, que correspondem, respectivamente, a 32,76%, 26,24% 28,21% e 30,93%. Os resultados ainda demonstraram que 73,08% dos professores pesquisados apresentam estresse e que 26,92% não apresentam. Dos professores que têm estresse, 2,63% estão na fase de alerta, quando não há comprometimento da saúde; 76,32% estão na fase de resistência, quando há adoecimento; e 21,05% estão na fase de exaustão, quando há maior probabilidade de adoecimento. Os professores pesquisados atribuíram como principais estressores de suas atividades os seguintes: Problemas relacionados com alunos (82,69%); Dificuldade no relacionamento com a direção da escola (78,84%); Dificuldade no relacionamento com pais de alunos (76,92%); Condições ambientais inadequadas da escola (ruído excessivo, calor, iluminação ruim, etc.) (71,15%); Atividades em fins de semana (63,46%); Salário (61,53%); Falta de reconhecimento profissional ou imagem profissional negativa por parte da sociedade (59,61%).