Política Orientada ao Transporte Urbano de Baixo Carbono: Avaliação Multicriterial de
Estratégias para Natal, Brasil
Mudanças climáticas, Transporte urbano de baixo carbono, Estratégias de redução de CO2,
AHP (Processo de Hierarquização Analítica)
A intensificação das emissões de dióxido de carbono na atmosfera trouxe consigo uma das
grandes preocupações do século XXI: as mudanças climáticas. O transporte, segundo maior
emissor, é um elemento chave na busca pela minimização dos efeitos ocasionados pelo
aquecimento global. Entretanto, o paradigma da mobilidade urbana sustentável é, para
os planejadores urbanos, um desafio: o de atender aos anseios da população em termos
de deslocamento, acessibilidade e custo, ao mesmo tempo em que se procura diminuir o
impacto ambiental causado pelo setor. A alternativa dos pesquisadores no enfrentamento
desse desafio é a proposição de estratégias de transporte de baixo carbono. Uma revisão
bibliográfica do tema identificou oito estratégias mais utilizadas: Controle de Uso do Solo,
Transporte Orientado à Demanda (TOD), Tarifação Veicular, Transporte Público, Controle de
Tráfego, Veículos de Baixo Carbono, Tarifação Urbana, e Educação Ecoveicular. Considerando
tais estratégias de minimização das emissões de gás carbônico no transporte urbano, o
presente trabalho teve como objetivo identificar quais delas, com um menor impacto negativo
na mobilidade, são mais suscetíveis de implantação na cidade de Natal (Brasil). O trabalho
recorreu à análise de políticos, técnicos especialistas e pesquisadores da área, utilizando o
Processo de Hierarquização Analítica (Analytic Hierarchy Process – AHP) como ferramenta de
apoio à decisão. Os critérios de análise utilizados no método foram aspectos técnico, legal,
político, financeiro e de gestão. Foi utilizado questionário eletrônico para a coleta de dados e
planilha eletrônica para seu tratamento. Em relação à hierarquização das estratégias, objeto
principal deste estudo, os entrevistados deram prioridade ao Transporte Público, seguido de
Controle do Uso do Solo, Transporte Orientado à Demanda, Controle de Tráfego, Educação
Ecoveicular, Veículos de Baixo Carbono, Tarifação Urbana e Tarifação Veicular. Em relação
aos aspectos considerados, os resultados apontam como mais importantes para o processo
decisório os aspectos políticos e de gestão, e em menor grau de relevância, os aspectos legais,
técnicos e financeiros.