GESTÃO DE CUSTOS: EFICIÊNCIA DE HOSPITAIS PÚBLICOS ATRAVÉS DA ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS
Administração em Saúde Pública. Eficiência. Hospitais públicos.
Os serviços de saúde necessitam de uma gestão descentralizada, sinérgica e orgânica para garantir o direito à saúde da população. Para tanto, a eficiência é um dos pontos críticos. Neste sentido, objetivou-se analisar a eficiência dos hospitais públicos estaduais do Rio Grande do Norte no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2021 mediante análise envoltória de dados, com modelagem CCR orientado para inputs. No caso, foram analisados 20 hospitais identificados no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) como Unidade Tomadora de Decisão (DMU) e dados do DATASUS/Tabnet como entradas (inputs) e saídas (outputs) para criação da fronteira de eficiência das DMU. Assim, cada hospital recebeu escores de 0 (ineficiente) a 1 (eficiente) e os que atingiram a fronteira da eficiência e com melhores resultados foram os referenciais. No estudo, os inputs e outputs usados foram: (i) Procedimentos hospitalares (ii) valores de serviços profissionais (iii) média de permanência (iv) taxa de mortalidade (v) número de internações (xi) procedimentos de média complexidade (xii) procedimentos de alta complexidade. Além do ranqueamento dos hospitais, foi realizado a análise da evolução de eficiência ao longo do período de tempo através do índice Malmquist, indicando as mudanças de produtividade total. Com isto, identificou-se que 80% da amostra foi considerada ineficiente. Não obstante, verificou-se, sob a ótica do índice de Malquist, um decréscimo de eficiência ao longo do período analisado em 85% dos serviços hospitalares. A 7ª região de saúde foi a mais afetada negativamente, possivelmente devido à sobrecarga, falta de cooperação dos atores institucionais, ausência de pactuação dos entes envolvidos e carência de pessoal, estrutura e tecnologia. A discriminação dos benchmarks é considerada positiva contribuindo para boas práticas e governança em saúde. Assim, este estudo pode auxiliar os gestores públicos a definirem estratégias para incrementar eficiência técnica dos serviços de saúde.