Projeto Pedagógico do Curso

De acordo com a Diretriz Curricular Nacional de Física, o físico:
“...deve ser um profissional que, apoiado em conhecimentos sólidos e atualizados em Física, deve ser capaz de abordar e tratar problemas novos e tradicionais e deve estar sempre preocupado em buscar novas formas do saber e do fazer científico ou tecnológico. Em todas as suas atividades a atitude de investigação

deve estar sempre presente, embora associada a diferentes formas e objetivos de trabalho.”
Neste sentido os diversos perfis de egresso dos cursos de física são estabelecidos:
Físico – pesquisador: ocupa-se preferencialmente de pesquisa, básica ou aplicada, em universidades e centros de pesquisa. Esse é com certeza, o campo de atuação mais bem definido e o que tradicionalmente tem representado o perfil profissional idealizado na maior parte dos cursos de graduação que conduzem ao Bacharelado em Física.
Físico – educador: dedica-se preferencialmente à formação e à disseminação do saber científico em diferentes instâncias sociais, seja através da atuação no ensino escolar formal, seja através de novas formas de educação científica, como vídeos, “software”, ou outros meios de comunicação. Não se ateria ao perfil da atual Licenciatura em Física, que está orientada para o ensino médio formal.
Físico – tecnólogo: dedica-se dominantemente ao desenvolvimento de equipamentos e processos, por exemplo, nas áreas de dispositivos opto-eletrônicos, eletro-acústicos, magnéticos, ou de outros transdutores, telecomunicações, acústica, termodinâmica de motores, metrologia, ciência dos materiais, microeletrônica e informática. Trabalha em geral de forma associada a engenheiros e outros profissionais, em microempresas, laboratórios especializados ou indústrias. Este perfil corresponderia ao esperado para o egresso de um Bacharelado em Física Aplicada.
Físico – interdisciplinar: utiliza prioritariamente o instrumental (teórico e/ ou experimental) da Física em conexão com outras áreas do saber, como, por exemplo, Física Médica, Oceanografia Física, Meteorologia, Geofísica, Biofísica, Química, Física Ambiental, Comunicação, Economia, Administração e incontáveis outros campos. Em quaisquer dessas situações, o físico passa a atuar de forma conjunta e harmônica com especialistas de outras áreas, tais como químicos, médicos, matemáticos, biólogos, engenheiros e administradores.

Sendo assim, diante das premissas estabelecidas na seção de “JUSTIFICATIVA”, o presente Projeto Pedagógico tem como perfil de egresso o físico-pesquisador, também chamado de bacharel em física.

Diante da dinâmica das ciências, em particular da Física, constantes mudanças baseadas nos novos fenômenos descobertos fazem parte da atualização do presente projeto pedagógico. Sem abandonar a abordagem de conhecimentos, competências e habilidades tradicionais do perfil de egresso do físico pesquisador, tal dinamismo exige a inclusão de um novo conjunto de competências e habilidades. Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Física, integrantes do Parecer CNE/CES 1.304/2001, estabelecem demandas de competências e habilidades gerais e específicas.

As competências exigidas pelas DCN e desenvolvidas no bacharelado em Física são:
1. Dominar princípios gerais e fundamentos da Física, estando familiarizado com suas áreas clássicas e modernas;
2. Descrever e explicar fenômenos naturais, processos e equipamentos tecnológicos em termos de conceitos, teorias e princípios físicos gerais;
3. Diagnosticar, formular e encaminhar a solução de problemas físicos, experimentais ou teóricos, práticos ou abstratos, fazendo uso dos instrumentos laboratoriais ou matemáticos apropriados;
4. Manter atualizada sua cultura científica geral e sua cultura técnica profissional específica;
5. Desenvolver uma ética de atuação profissional e a consequente responsabilidade social, compreendendo a Ciência como conhecimento histórico, desenvolvido em diferentes contextos sócio-políticos, culturais e econômicos.

Da mesma forma as habilidades adquiridas pelos egressos do curso ao desenvolverem essas competências são:
1. Utilizar a matemática como uma linguagem para a expressão dos fenômenos naturais;
2. Resolver problemas experimentais, desde seu reconhecimento e a realização de medições, até à análise de resultados;
3. Propor, elaborar e utilizar modelos físicos, reconhecendo seus domínios de validade;
4. Concentrar esforços e persistir na busca de soluções para problemas de solução elaborada e demorada;
5. Utilizar a linguagem científica na expressão de conceitos físicos, na descrição de procedimentos de trabalhos científicos e na divulgação de seus resultados;
6. Utilizar os diversos recursos da informática, dispondo de noções de linguagem computacional;
7. Conhecer e absorver novas técnicas, métodos ou uso de instrumentos, seja em medições, seja em análise de dados (teóricos ou experimentais);
8. Reconhecer as relações do desenvolvimento da Física com outras áreas do saber, tecnologias e instâncias sociais, especialmente contemporâneas;
9. Apresentar resultados científicos em distintas formas de expressão, tais como relatórios, trabalhos para publicação, seminários e palestras.

Essas competências e habilidades desenvolvidas no curso são obtidas através de uma sequência ordenada de períodos com média de 300 h e suas respectivas disciplinas. O ordenamento é realizado de forma a proporcionar um aprendizado progressivo e gradual aos discentes. Nesse sentido, as disciplinas obrigatórias compõem o conjunto de competências e habilidades gerais exigidas pela DCN; e as disciplinas optativas constituem um caminho formativo específico que o discente escolhe de acordo com seus interesses. Os projetos de iniciação científica presentes na formação do discente também contribuem para uma construção de competências e habilidades específicas na vida Universitária.

Tendo em vista as Diretrizes Curriculares Nacionais regulamentadas no parecer CNE/CES 1.304/2001, a matriz curricular está dividida em dois eixos formativos: o eixo básico (núcleo comum) e o eixo profissional (núcleo específico). O eixo básico consiste nos componentes curriculares relativos ao conhecimento, às competências e habilidades comuns à área de exatas. O objetivo do eixo básico é desenvolver as competências e habilidades essenciais para o bacharel em Física, como domínio dos princípios gerais da Física e Química, bem como a manipulação das ferramentas da Matemática, da Estatística e da Informática. O eixo profissional é formado pelos componentes curriculares avançados que demandam o cumprimento prévio dos componentes curriculares do eixo básico. O objetivo do eixo profissional é construir um conjunto de habilidades específicas que permitam ao bacharel em Física adentrar e desenvolver sua carreira através dos cursos de pós-graduação em nível nacional ou internacional. A tabela 1 mostra os componentes, período e carga horária que compõem o eixo básico e profissional. Adicionalmente, dentro do ciclo profissional, o discente deve cumprir 300h de disciplinas optativas para integralização curricular.

É importante salientar que durante o processo formativo nos dois eixos, o discente vivencia um processo educacional integrado de teoria e experimento. O discente realiza experimentos em Física e Química com o propósito de conhecer o caráter experimental dessas ciências. Os resultados são analisados à luz dos conhecimentos teóricos, ferramentas matemáticas, estatísticas e computacionais a fim de estabelecer pensamentos lógicos e críticos sobre os experimentos.

Com o objetivo de construir articulação entre competências e habilidades descritas no item 7.2.1, durante o processo de formação do perfil do egresso, caracterizado pelo perfil de físico-pesquisador, o discente tem a oportunidade de:
1. Realizar experimentos em laboratórios;
2. Ter tido experiência com o uso de equipamento de informática;
3. Realizar pesquisas bibliográficas, sabendo identificar e localizar fontes de informação relevantes;
4. Entrar em contato com ideias e conceitos fundamentais da Física e das Ciências, através da leitura de textos básicos;
5. Ter tido a oportunidade de sistematizar seus conhecimentos e seus resultados em um dado assunto através de, pelo menos, a elaboração de um artigo, comunicação ou monografia;

Vale salientar que os egressos do curso, em alguns casos, são capazes de atender o item 5 com a elaboração de artigo científico devido à integração entre graduação e pós-graduação. No entanto, este projeto pedagógico de curso estabelece a produção de uma monografia como componente curricular obrigatório para integralização curricular.
Uma importante contribuição na metodologia formativa dos discentes do bacharelado em Física da UFRN é realizada pelo Programa de Educação Tutorial (PET). Os discentes do PET têm a oportunidade de experimentar diversas ações extracurriculares sustentadas pelo tripé Universitário do ensino, pesquisa e extensão.

 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Os indicadores avaliativos, e seus respectivos procedimentos acadêmicos, que atendem às concepções neste Projeto Pedagógico estão definidos no regulamento de graduação (resolução nº 016/2023-CONSEPE). As avaliações têm por base a verificação da aprendizagem das competências e habilidades. Para ser aprovado em uma disciplina ou módulo presencial, o estudante deve comparecer a aulas que totalizem 75% (setenta e cinco por cento) ou mais da carga horária do componente curricular ou a 75% (setenta e cinco por cento) ou mais do total de aulas ministradas, o que for menor. É considerado aprovado, quanto à avaliação de aprendizagem, o estudante que tem média parcial igual ou superior a 6,0 (seis) com rendimento acadêmico igual ou superior a 4,0 (quatro) em todas as unidades. O estudante que não atinge estes critérios de aprovação, tem direito à realização de uma avaliação de reposição caso: (i) satisfaça o critério de assiduidade e (ii) tenha média parcial igual ou superior a 3,0 (três). O estudante que realiza a reposição é considerado aprovado, quanto à avaliação do rendimento acadêmico, caso obtenha média final igual ou superior a 5,0 (cinco), com rendimento acadêmico igual ou superior a 4,0 (quatro) na avaliação de reposição.
Para maiores detalhes com relação aos procedimentos avaliativos adotados no bacharelado em Física da UFRN verificar art. 96 ao 125 da resolução nº 016/2023-CONSEPE, de 4 de julho de 2023, ou verificar a revisão mais recente do Regulamento de Graduação que esteja em vigor.

 AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
O Núcleo Docente Estruturante (NDE) e o Colegiado do Bacharelado em Física foram designados por portarias. Eles possuem a função de avaliar, propor e incluir mudanças na grade curricular ou estrutura do Projeto Pedagógico do Curso, a fim de obter melhorias na qualidade de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o presente Projeto Pedagógico foi desenvolvido

apresentando mudanças na grade curricular em consonância com regulamento de graduação vigente, bem como resoluções externas à UFRN.
Com a saída do curso de Bacharelado em Física do calendário do ENADE, as avaliações e relatórios internos (Coordenação/Departamento/UFRN) possuem um papel ainda mais relevante na avaliação da nova grade curricular e das novas ementas. Dessa forma, o NDE deve propor mecanismos para acompanhar a vigência deste Projeto Pedagógico, bem como avaliar seu impacto na melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem.

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