Ocorrência de leite instável não ácido NAS MESORREGIÕES OESTE E CENTRAL DO Rio Grande do Norte e sua correlação com a qualidade do leite
Palavras-chave: Álcool, Acidez, Análise físico-química, caseína, condutividade elétrica, estabilidade térmica.
O Leite instável não ácido (LINA) se caracteriza pela coagulação na prova do álcool a 72% sem, no entanto apresentar alteração na acidez. Há vários estudos sobre o LINA nas regiões Sul e sudeste, o apontado como um problema entre produtores e indústrias, devido o descarte e subvalorização do leite. Na região Nordeste há poucos estudos que indiquem sua ocorrência e qualidade, dados esses importantes para produtores, indústrias e consumidores. O objetivo deste trabalho foi identificar a ocorrência de leite instável não ácido nas mesorregiões oeste e central do Rio Grande do Norte, determinar suas características físico-químicas, testar graduações alcólicas e avaliar sua correlação com a qualidade do leite. Foram analisadas 176 amostras de leite cru, no período de setembro a dezembro/2014, provenientes de 23 tanques de resfriamento da APASA, localizados em 7 municípios das mesorregiões oeste e central do RN. As amostras foram coletadas em duplicata, sendo uma amostra usada para os testes de álcool a 68%, 72% e 76%, mensuração do pH, acidez, condutividade elétrica e prova da fervura, realizados no LABOLEITE/UFRN; e a outra amostra, contendo conservante Bronopol®, foi enviada para o laboratório APCBRH (Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa), em Curitiba-PR, onde foram realizadas as análises de gordura, proteína, sólidos totais, lactose, caseína, nitrogênio ureico e contagem de células somáticas. O teste do álcool reprovou 31,82% das amostras, das quais 50% se mostraram não ácidas, e 50% tiveram acidez elevada. As amostras foram divididas em 3 classes: Leite estável, LINA e leite ácido. Foi aplicado teste de Tukey a 5% para comparação dos componentes do leite estável e LINA e não houve diferença significativa entre eles. Ambas as classes obtiveram médias dentro do padrão exigido pela IN 62. O teste da fervura foi negativo para todas as amostras de LINA. Pode-se concluir que a incidência de LINA na região estudada é baixa, apesar dos fatores predisponentes como estresse calórico, período de seca e deficiência alimentar. Conclui-se ainda que o LINA apresentou qualidade semelhante ao leite estável, dentro das normas exigidas pelo MAPA, e com estabilidade térmica adequada, o que comprova que não há razão para descarte deste leite pelas indústrias.