Banca de DEFESA: POLENA VALESCA DE MACHADO E SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : POLENA VALESCA DE MACHADO E SILVA
DATA : 28/02/2018
HORA: 14:00
LOCAL: Multimeios I
TÍTULO:

A CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES INFANTIS DE GÊNERO POR MEIO DA LITERATURA INFANTIL NA ESCOLA


PALAVRAS-CHAVES:

Identidades infantis de Gênero. Escola. Estudos Culturais em Educação. Literatura Infantil.


PÁGINAS: 134
RESUMO:

Esta dissertação tem como objeto de estudo a contribuição da literatura Infantil na escola para a (con)formação das identidades infantis de gênero. Para realizála, utilizei os pressupostos investigativos dos Estudos Culturais em Educação, de vertente pós-estruturalista, os Estudos de Gênero e a contribuição de Michel Foucault no que diz respeito ao conceito de poder. Meu objetivo foi analisar e problematizar o modo como a literatura infantil na escola contribui para a construção de identidades infantis de gênero. Entendo que a criança se constitui sujeito a partir de uma construção histórico-social e cultural, capaz de interagir com a sociedade em que vive, possuidora de dependências biológicas e físicas que passam por constante desenvolvimento até atingir um certo grau de independência. Existe um grande consenso no meio acadêmico-científico de que a criança consegue aprender e se desenvolver produzindo, inclusive, novas culturas dentro e fora dos espaços escolares. Ao mesmo tempo, destaca-se que a interação da criança com o mundo que a cerca, incluindo os artefatos culturais aos quais tem acesso, contribui para a formação de suas identidades, considerando-se, nesse caso, a cultura. Apesar de existir uma variedade de artefatos culturais, é notório que a literatura infantil passa a ser compartilhada com a criança primordialmente na escola. Essa literatura pode, entre outros efeitos, produzir e fixar estereótipos que determinam modos de viver e ser do menino ou da menina. Preocupada com a formação identitária das crianças a partir da literatura infantil utilizada nas escolas, busquei estratégias teóricometodológicas para desenvolver uma pesquisa qualitativa de inspiração etnográfica em um Centro Municipal de Educação Infantil, na zona sul de Natal – Rio Grande do Norte/Brasil. Durante os meses de setembro de 2016 e junho de 2017 realizei visitas à escola com registros em um diário de campo e fotografias sobre as vivências nos momentos de mediação de leituras realizadas pela professora de uma turma de nível IV. Essas observações tinham como foco identificar e registrar situações relacionadas à construção da identidade de gênero das crianças na mediação da leitura de livros trabalhados pela escola e que acabaram sendo seis livros que reforçam a formação da identidade estereotipada de ser menino e menina. Além dos materiais obtidos nas observações, considerei um site de internet e três livros/blocos de atividades atualmente disponíveis no mercado literário brasileiro. Essas fontes adicionais também fazem referência a estereótipos das identidades infantis de gênero. Fiz essas escolhas por considerar que era importante evidenciar que os estereótipos de gênero evidenciados na literatura infantil compõem uma rede conceitual a qual as crianças têm acesso e não estão isolados apenas nos livros. Os resultados desta pesquisa apontam, entre outros achados, para o fato de que a literatura infantil não é neutra em seus contos; ela promove maneiras de falar, de se comportar e de ver o outro. A literatura infantil, de um modo geral e independentemente de serem contos clássicos ou não, fortalece a ideia de identidades de gênero, em sua maioria, homogênea para as crianças e a ideia formada e definitiva sobre a identidade do outro. Também se caracterizaram alguns desdobramentos a partir da própria identidade (con)formada pela literatura infantil, como, por exemplo, os ensinamentos da própria literatura sobre estética e princesamento. Além de se tornarem um herói, uma princesa ou uma heroína, as crianças utilizaram assessórios que as identificavam esteticamente a  partir dos conceitos predeterminados pela literatura. Percebi através das análises que algumas crianças não se relacionavam com as demais por não concordarem com as identidades ali assumidas. A constatação das amarras sociais, tão disseminadas por meio da literatura infantil e a influência das mesmas nas atitudes e omissões das crianças, nos leva a refletir sobre o papel que a literatura pode desempenhar na formação das identidades infantis de gênero.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ADELAIDE ALVES DIAS - UFPB
Interno - 1801922 - ALESSANDRA CARDOZO DE FREITAS
Interno - 6347805 - DENISE MARIA DE CARVALHO LOPES
Externo à Instituição - MARIA EULINA PESSOA DE CARVALHO - UFPB
Presidente - 1672888 - MARIANGELA MOMO
Notícia cadastrada em: 22/02/2018 14:48
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa13-producao.info.ufrn.br.sigaa13-producao