Interpretação Sismoestratigráfica em Bacia Oceânica Profunda Na margem equatorial brasileira: Porção leste da bacia Potiguar E alto de Touros
sismoestratigrafia, sísmica, bacia oceânica profunda, Margem Equatorial Brasileira, Bacia Potiguar, Alinhamento Fernando de Noronha
As regiões de águas profundas da Margem Equatorial Brasileira (MEB) apresentam importantes feições geológicas, apesar de ainda pouco exploradas em áreas além da plataforma continental. O principal objetivo deste trabalho é caracterizar com uso da sismoestratigrafia as sequências sin e pós-rifte de bacia oceânica profunda e alguns montes submarinos do Alinhamento Fernando de Noronha nas adjacências da Bacia Potiguar, NE Brasil. Utilizou-se dados de sísmica de alta resolução 2D pós-stack para distinguir as sequências sin-rifte e pós-rifte. A sequência sin-rifte é caracterizada por refletores descontínuos alternados com refletores plano-paralelos de baixa amplitude e baixa frequência, falhas normais e semi-grábens. A sequência pós rifte é marcada por refletores plano-paralelos, contínuos com baixa a alta amplitude e frequência. Intrusões vulcânicas afetaram as duas sequências e confinaram parcialmente estes depósitos de bacia oceânica profunda. Isto ocorreu após o material pré-existente e o material depositado após implantação de montes submarinos se tornarem limitados pelo talude continental e um monte submarino ou ainda dois montes submarinos. Respiros vulcânicos (vents) atingem o fundo oceânico formando feições em forma de domos. Os dois episódios vulcânicos parecem ter criado depósitos vulcanoclásticos caraterizados por refletores desorganizados/caóticos alternados com alguns poucos refletores contínuos, indicando intercalação entre fluxos magmáticos com material sedimentar A interpretação sísmica indica dois períodos relativos aos eventos vulcânicos na região: (a) Eoceno Inferior-Mioceno Superior para montes submarinos (b) Neogeno para os respiros vulcânicos. Apesar de regiões de águas profundas guardarem pontos chaves sobre a formação da MEB e no futuro poderem representar reservatórios de óleo e gás, os depósitos das bacias de águas profundas ainda são pouco conhecidas nesta porção da MEB. Desta maneira, este trabalho pretende promover um primeiro entendimento sobre estes depósitos e como são afetados pelo vulcanismo na região.