Banca de QUALIFICAÇÃO: ORILDO DE LIMA E SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ORILDO DE LIMA E SILVA
DATA: 14/08/2015
HORA: 10:00
LOCAL: Sala de Aula do PPGG, Departamento de Geologia-UFRN
TÍTULO:

GEOMORFOLOGIA FLUVIOCÁRSTICA DA FORMAÇÃO JANDAÍRA, BACIA POTIGUAR, A PARTIR DE DADOS OBTIDOS POR LIDAR E VANT.


PALAVRAS-CHAVES:

LIDAR, VANT, Geomorfologia Cárstica, modelos digitais de terreno, Formação Jandaíra. 


PÁGINAS: 24
GRANDE ÁREA: Ciências Exatas e da Terra
ÁREA: Geociências
RESUMO:

A importância da Formação Jandaíra, unidade integrante das sequencias marinhas transgressivas do topo da Bacia Potiguar, para a exploração e produção de petróleo, cresceu nos últimos anos, principalmente após a descoberta dos extensos reservatórios carbonáticos existentes nas unidades geológicas genericamente denominadas de Pré-Sal.

Neste trabalho são apresentados resultados obtidos com duas novas tecnologias que podem ser inseridas no campo das ferramentas de sensoriamento remoto, a saber: modelos digitais de elevação gerados a partir de tecnologia LiDAR (Light Detection And Ranging) aerotransportada e ortofotografias aéreas de alta resolução obtidas através de um VANT (veículo aéreo não-tripulado). Tais ferramentas tornam-se essenciais para a compreensão do Karst Jandaíra, no que diz respeito aos processos relativos ao epicarste, principalmente quanto àqueles associados à dinâmica de dissolução e colapso sobre as camadas carbonáticas. Essa dinâmica é resultante de um macroprocesso em que interagem as características lito-estratigráficas, a tectônica superimposta, bem como o ciclo hidrológico/hidrogeológico e suas oscilações no decorrer do tempo geológico.

Os modelos digitais de terreno obtidos com tecnologia laser aerotransportada permitem a visualização regional do relevo cárstico e sua análise em escala de semi-detalhe, através do processamento preliminar da nuvem de pontos.

As ortofotografias digitais obtidas por VANT mostram-se vantajosas em relação às imagens orbitais pela sua altíssima resolução (1,5 a 2cm/px) permitindo o mapeamento em detalhe de uma grande quantidade de fraturas. O equipamento tem seu manuseio por controle remoto e as imagens são adquiridas a partir de um plano de vôo pré-programado. A aquisição das imagens é feita a uma altura constante, utilizando uma câmera fotográfica digital móvel que gera fotografias ortogonais à superfície. Cada vôo leva até 20 minutos, incluindo o retorno à estação de decolagem, condicionado pelo tempo de duração da carga da bateria. Assim é necessário a programação de vários vôos, dependendo da extensão do afloramento e da altura de vôo adotada. O resultado final é um mosaico de imagens ortorretificadas e georreferenciadas cobrindo toda a extensão do afloramento.

As principais feições geomorfológicas caracterizadas com suporte nas tecnologias citadas são as dolinas, as quais são o resultado do colapso ou subsidência lenta das camadas superficiais, a partir da interação do fluxo hidrodinâmico do aquífero subterrâneo que, percolando o sistema de fraturas superimposto às unidades lito-estratigráficas, intensifica a dinâmica de dissolução diferencial das rochas carbonáticas em sub-superfície (geração de cavernas). A evolução do processo de dissolução e abatimento superficial tem como consequência a coalescência entre as diversas dolinas que evoluem para vales incisos e canyons, como pode ser observado na sub-área IV, dentro da macro-área de estudo.

Por outro lado, a Formação Jandaíra foi submetida a três eventos de exposição sub-aérea, correspondendo respectivamente às discordâncias do Turoniano, Santoniano e Campaniano, possibilitando a ocorrência de episódios cíclicos de carstificação. Após o Maastrichtiano, o karst Jandaíra foi submetido ao episódio de soterramento responsável pela cobertura sedimentar pós-campaniana, sendo que a partir do Mioceno Superior ocorreu o soerguimento amplo da bacia contribuindo para a atual conformação do relevo escarpado da Chapada do Apodi.

Resultados recentes de datação de veios de calcita e análise de inclusões fluidas apontam para uma componente hipogênica na carstificação na Formação Jandaíra associada ao fluxo inverso, de baixo para cima, da água do aquífero Açu, através dos sistemas de fraturas existentes, em consequência dos processos de compactação diferencial dos sedimentos da Bacia Potiguar.

Assim é possível afirmar que as principais feições geomorfológicas descritas neste trabalho são a resultante de processos cársticos originalmente hipogênicos superimpostos posteriormente por eventos epigênicos, em um megaprocesso cíclico de ativação, estabilidade e rejuvenescimento da carstificação durante o tempo geológico.

As geoformas resultantes das interações e superposições desse macroprocesso permitem caracterizar o Karst Jandaíra, durante o Neógeno, como um sistema flúviocárstico, onde a geomorfologia cárstica é o resultado da ação do regime hidrológico atuante sobre as duas principais bacias hidrográficas que cortam a superfície da Bacia Potiguar: Apodi-Mossoró e Piranhas-Açu; intensificando as feições paleocársticas originalmente desenvolvidas a partir do sistema de fraturas implantado sobre as litologias carbonáticas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 350640 - FRANCISCO HILARIO REGO BEZERRA
Externo ao Programa - 277437 - MARCELA MARQUES VIEIRA
Externo ao Programa - 301.595.203-04 - MARIA OSVALNEIDE LUCENA SOUSA - UFRN
Externo ao Programa - 347536 - NARENDRA KUMAR SRIVASTAVA
Notícia cadastrada em: 11/08/2015 11:03
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa10-producao.info.ufrn.br.sigaa10-producao