Petrologia do plútão Bom Jardim de Goiás : implicação na evolução neoproterozóica da Província Tocantis
Província Tocantins, Plutão Bom Jardim de Goiás, Neoproterozóico, Petrologia.
O Plutão Bom Jardim de Goiás está inserido no SW da Província Tocantins, entre a faixa de dobramento Paraguai e o Arco Magmático de Goiás. O magmatismo da região é caracterizado por diversos corpos intrusivos sin a pós-colisionais, originados durante o amalgamamento dos crátons Amazônico e São Francisco, no Neoproterozóico. O plutão Bom Jardim de Goiás, objeto do presente estudo, representa uma das manifestações tardias ou pós-tectônicas do final do Neoproterozóico. Este corpo foi caracterizado em termos de variações petrográficas, texturais e litogeoquímicas de elementos maiores, menores e traços, visando integrar com outros corpos semelhantes na região e entender a evolução geodinâmica desta porção da Província. O embasamento do plutão é representado pela sequência metasupracrustal e rochas ortognaissicas. A primeira compreende metadacitos, metariolitos, andalusita-silimanita-cordierita-mica xistos e a unidade metaplutônica biotita gnaisse. A estratigrafia magmática do plutão é constituída por quartzo-diorito, granodiorito e dique monzogranítico. No geral as rochas plutônicas apresentam composição química bem homogênea caracterizando uma sequencia pouco expandida, com sutis variações em teores de elementos maiores e traços. O teor de SiO2 varia entre 55 a 65%, com exceção do dique mais evoluído (74% de SiO2), que parece não fazer parta da série diferenciada. Para muitos autores o plutão Bom Jardim de Goiás é considerado como continuidade do Granito Rio Caiapó que ocorre em diversas porções do sudeste de Goiás, no entanto as análises químicas de rocha total mostram que as rochas do plutão são cálcio alcalinas características de ambiente intraplaca com processos de fusão parcial dominante e não apresentam similaridade com o Granito Rio Caiapó, que foi definido por outros autores como pós-tectônico.