ENSINANDO O EXAME FÍSICO MUSCULOESQUELÉTICO ASSOCIADO À ANATOMIA CLÍNICA: PROPOSTA PARA UM CURRÍCULO INTEGRADO EM MEDICINA
PALAVRAS-CHAVES: sistema musculoesquelético, anatomia clínica, exame físico, currículo. educação médica.
Introdução: As doenças musculoesqueléticas apresentam um impacto significativo na sociedade, pela morbidade e aumento de custos que acompanham o envelhecimento da população. No entanto, a despeito da prevalência, o ensino do sistema musculoesquelético é frequentemente negligenciado nos currículos de cursos de medicina, o que reflete na dificuldade relatada pelos médicos em realizar o exame físico musculoesquelético na prática clínica. Objetivo: implementar o ensino do exame físico musculoesquelético associado à anatomia clínica, num currículo médico integrado buscando a formação generalista.Metodologia: O estudo utilizou como orientação metodológica da Pesquisa-Ação a qual investiga a própria prática com fins de aprimorá-la. Participaram 40 estudantes de medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN, durante o quarto semestre, no componente curricular “Módulo Locomoção” e no quinto semestre no componente “Práticas Ambulatoriais e Hospitalares“. No quarto semestre, foram realizadas 5 atividades teórico-práticas de 3 a 4 horas voltadas para o exame físico musculoesquelético associado à anatomia clínica, sob orientação de professores de anatomia e reumatologia. Ao final de 4 semanas, foi realizada uma avaliação prática utilizando o Objective Structured Clinical Examination (OSCE), abordando a anatomia clínica e o exame físico da coluna vertebral, membros superiores e membros inferiores. No quinto semestre os mesmos estudantes participaram dos ambulatórios de reumatologia, onde realizaram e exame físico dos pacientes sob supervisão docente. Nesse período, foi aplicado um questionário (Likert) sobre a percepção de 36 estudantes quanto à estratégia utilizada para ensinar o exame musculoesquelético e sobre o nível de segurança em realiza-lo. Resultados: Nas atividades teórico-práticas foram utilizados manequins de corpo inteiro, peças anatômicas avulsas e os estudantes realizaram o exame musculoesquelético sumário em pares, sempre com base num contexto clínico, contemplando as principais síndromes dolorosas musculoesqueléticas. Na avaliação prática através do OSCE a média das notas obtidas pelos estudantes foi 8,4, sendo a menor 6,3 e a maior 9,8. Durante as práticas de exame físico nos ambulatórios as respostas ao questionário de percepção mostraram que 100% deles concordaram que a anatomia clínica orientou o aprendizado do exame físico ajudou no raciocínio clínico quanto às queixas musculoesqueléticas relacionadas. Entretanto quanto à segurança em realizar o exame físico de alguns segmentos como ombros, joelhos, ainda se observa um percentual de insegurança maior em relação ao exame da coluna vertebral. Por outo lado 89% se sentem seguros em identificar sinais flogísticos articulares. Conclusão: a utilização da anatomia clínica como norteadora do exame físico musculoesquelético qualificado pode ser um caminho para despertar o interesse dos estudantes na gradação e melhorar essa habilidade na formação médica generalista.
PALAVRAS-CHAVES: sistema musculoesquelético, anatomia clínica, exame físico, currículo. educação médica.