A INFLUÊNCIA DOS RECURSOS INTERNOS NA RELAÇÃO ENTRE PERFORMANCE SOCIAL CORPORATIVA E DESEMPENHO ORGANIZACIONAL: PERCEPÇÕES DE GESTORES DO SEGMENTO DE FARMÁCIA MAGISTRAL.
Performance Social Corporativa. Desempenho Organizacional. Visão Baseada em Recursos. Teoria dos Stakeholders. Farmácia Magistral.
As organizações possuem responsabilidades que incluem remunerar seus acionistas e se estendem ao bem estar social. Diante disso, a Corporate Social Performance (CSP) ou Performance Social Corporativa procura medir comportamentos organizacionais socialmente requeridos, ou seja, é uma proxy do atendimento das demandas sociais. Trata-se de um constructo originado na década de 1970 que nos últimos anos alcançou grande interesse acadêmico. Uma parcela dos estudos sobre a CSP envolve sua relação com o desempenho organizacional (DO). Apesar de inúmeros estudos, essa temática não está plenamente esclarecida. Deficiências teóricas e metodológicas, assim como a omissão de variáveis mediadoras foram apontadas como causas para explicar as divergências encontradas nos estudos anteriores. Nesse sentido, desde a década de 1990, a Teoria dos Stakeholders (TS) tem sido sistematicamente utilizada na avaliação dessa relação. Mais recentemente, de forma complementar e não conflitante com a TS, os recursos internos, elemento central da Resource-Based View (RBV), também passaram a figurar como mediadores da relação entre CSP e DO. Entretanto, seus efeitos nessa relação não estão integralmente esclarecidos, o que sugere a realização de novos estudos. Em função de sua relevância econômica, ética e ambiental, o segmento de farmácias magistrais se mostra adequado para estudos que envolvam a CSP. Dessa forma, o objetivo principal desta tese foi avaliar os efeitos dos recursos internos na relação entre CSP e DO de farmácias magistrais brasileiras. Dada a indisponibilidade de dados sobre recursos internos, CSP e DO de farmácias magistrais, optou-se por mensurar esses constructos através das percepções de seus gestores. Assim, foi desenvolvida uma revisão sistemática da literatura sobre como as percepções de stakeholders foram usadas para avaliar a CSP. Dentre os achados dessa revisão, o Modelo de Carroll (1979) foi o mais usado em estudos anteriores e, por isso, suas dimensões foram utilizadas como base para a mensuração da CSP na presente tese. Os recursos internos foram selecionados da tipologia cunhada por Barney e Hesterly (2011) e o DO combina indicadores financeiros e não financeiros. O questionário foi apreciado por um grupo de especialistas em reuniões de grupos focais. A pesquisa se caracteriza como hipotético-dedutiva, de natureza aplicada, descritiva, quantitativa, transversal e quanto aos procedimentos, como survey. O plano de coleta de dados prevê uma amostra estratificada por região brasileira. A técnica de análise de dados a ser utilizada é a modelagem de equações estruturais.