AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NUTRICIONAL DE CULTIVARES DE BRACHIARIA PARA USO EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO NO NORDESTE BRASILEIRO
valor nutritivo, componentes morfológicos, saponina, deficit hídrico, gramíneas tropicais
Neste trabalho buscou-se testar a hipótese que uma das cultivares de Brachiaria avaliadas possui qualidade satisfatória para uso em sistemas de produção no Nordeste brasileiro. O objetivo foi avaliar a taxa de acúmulo de forragem, o teor de protodioscina, composição química, digestibilidade e a cinética da fermentação in vitro de cultivares de Brachiaria spp. O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, com delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições e cinco tratamentos representados por cinco cultivares de Brachiaria: Marandu, Paiaguás, Piatã, Xaraés e Basilisk, avaliadas em quatro cortes ao longo do primeiro ano de implantação. As análises foram realizadas no laboratório de nutrição animal pertencente à Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no período de outubro de 2018 a agosto de 2019. A partir das amostras coletadas foram avaliados a taxa de acúmulo de forragem (TAF), porcentagem de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) da lâmina foliar e do colmo, digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS), matéria orgânica (DIVMO), proteína bruta (DIVPB), fibra em detergente neutro (DIVFDN), fibra em detergente ácido (DIVFDA), a cinética da fermentação in vitro e concentração de protodioscina. As cultivares apresentaram resultados semelhantes para MS (35,12%), com os menores valores observados nas amostras do último corte (25,57%). A cultivar Xaraés apresentou a maior TAF (54,09 kg/ha.dia de MS) e a cultivar Paiaguás a menor com 33,72 kg/ha.dia de MS. A cultivar Basilisk apresentou os maiores teores de PB (9,5%), seguido pelas cultivares Marandu e Paiaguás com média (8,6%). Para todas as cultivares os maiores percentuais de FDN (70,76%) e FDA (41,52%) foram encontrados no corte quatro, período onde se concentrou a maior quantidade de chuva. A cultivar Basilisk apresentou as maiores digestibilidades (80%), seguido da cultivar Paiaguás (75,9%). As concentrações de protodioscina foram influenciadas pelas idades de corte. A cultivar Basilisk apresentou as maiores concentrações (5,54 e 5,13%) nos cortes 1 e 3 (110 e 111 dias de rebrota, respectivamente) e menor (1,51 e 1,23%) nos cortes 2 e 4 (84 e 51 dias de rebrota, respectivamente). As cultivares Piatã e Xaraés apresentaram as menores concentrações de protodioscina, variando entre 0,94 a 2%. A cultivar Basilisk destaca-se das demais cultivares pelo valor nutritivo e altas digestibilidades mesmo em períodos de déficit hídrico, sendo uma opção para compor sistemas de produção na região semiárida. Entretanto, devido as maiores concentrações de protodioscina, em sistemas de produção com pequenos ruminantes as cultivares Piatã e Xaraés são as melhores opções forrageiras, com baixos índices de protodioscina, excelente acúmulo de forragem e relação folha colmo.