Avaliação de ovinos naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais sob pastejo intermitente em cultivares de Brachiaria brizantha
coprocultura, FAMACHA©, Haemonchus sp., ovinocultura, pastagem tropical, Trichostrongylus sp.
Objetivou-se avaliar a resposta de ovinos naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais sob regime de pastejo com lotação intermitente em diferentes cultivares de Brachiaria brizantha. O experimento foi realizado na área experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura, localizado no Campus de Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte — UFRN. O período experimental foi de 31 de março a 31 de agosto de 2017, que correspondeu a dois ciclos de pastejo. Os animais foram mantidos em sistema semi-intensivo com pastejo intermitente, suplementados, e com acesso a água e sal mineral ad libitum. Foram utilizados 48 ovinos, sem padrão racial definido, com peso médio inicial de 19,04 kg±0,96. Foram distribuídos aleatoriamente nos quatro tratamentos que foram compostos pelas cultivares Marandu, Xaraés, Piatã e Paiaguás. O delineamento foi o de blocos ao acaso com 12 repetições nos animais e dois blocos das cultivares. As variáveis fenotípicas avaliadas semanalmente foram: contagem de ovos por grama de fezes (OPG), coprocultura, volume globular (VG), FAMACHA© (FAM), pesagem e escore de condição corporal (ECC). As cargas parasitárias dos animais foram mistas e pesadas com valores acima de 600 (ovos/g) em todas as cultivares, houve diferença significativa no OPG entre as cultivares. Entre os ciclos de pastejo houve diferença no OPG dos animais mantidos na cultivar Marandu. Na coprocultura foram encontrados os seguintes gêneros: Haemonchus sp., Trichostrongylus sp., Strogyloides sp., e Oesophagostomum sp. O Haemonchus sp. foi o gênero de maior prevalência (acima de 80%) em todas as cultivares e ciclos de pastejo. No primeiro ciclo de pastejo houve diferença no VG dos animais mantidos nas cultivares Piatã (25,96%) e Xaraés (22,51%), aqueles mantidos nas demais cultivares apresentaram valores intermediários. Quanto ao FAM no ciclo 1 os animais permaneceram com maior frequência nos graus 1, 2 e 3, em ordem de importância, já no ciclo 2, a concentração com mais de 50% dos indivíduos foi no grau 1. Na variável peso o grupo mantido na cultivar Xaraés diferiu das demais, com menores médias, nos dois ciclos. O ECC dos animais se concentrou no escore 3 no primeiro ciclo de pastejo e no segundo variou entre 3, 3,5 e 4. As cultivares de B. brizantha avaliadas influenciaram a carga parasitária dos animais. Entretanto, a cultivar Marandu proporcionou condições nutricionais suficientes para os animais suportarem a infecção. A cultivar Xaraés se mostrou inferior as demais para as características de desempenho.