CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS, SENSORIAIS E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DO LEITE DE CABRAS SAANEN ALIMENTADAS COM CACTÁCEAS
cacto, flavor, lipídios, qualidade do leite, semiárido
Objetivou-se com esta pesquisa avaliar a influência do fornecimento de cinco tipos de cactáceas nativas e exóticas do semiárido do Nordeste brasileiro, sobre as características físico-químicas, sensoriais e o perfil de ácidos graxos do leite de cabras da raça Saanen. Foram utilizadas cinco cabras multíparas com nove semanas de lactação, pesando em média 50 kg, confinadas e distribuídas em um delineamento quadrado latino 5 x 5, com cinco dietas experimentais e cinco períodos. Cada período teve duração de 17 dias, sendo 10 dias de adaptação dos animais às dietas e sete dias para coleta de dados. Os tratamentos, definidos com base na matéria seca, consistiam em: 47,33 a 50,12% de uma cactácea (xiquexique, mandacaru, facheiro, palma miúda ou palma orelha de elefante mexicana) mais 18,80 a 19,80% de feno de sabiá e 31,10 a 32,90% de concentrado (constituído de farelo de soja, farelo de milho e mistura mineral). Não foi observado efeito das dietas experimentais na composição físico-química do leite para os teores de gordura, sólidos totais e sais, que apresentaram valores médios de 3,24%; 11,30% e 0,66%, respectivamente. No entanto, os teores de proteína, lactose, extrato seco desengordurado e ponto de crioscopia foram influenciados pelas dietas. O perfil dos ácidos graxos não sofreu alterações entre os tratamentos, exceto para o ácido butírico (C4:0), cujos valores médios foram de 4,24% a 6,05%, na qual, o tratamento que continha facheiro que obteve maior concentração desse ácido. Os resultados da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) mostraram que a utilização dessas cactáceas na alimentação de cabras leiteiras não confere mudanças sensoriais perceptíveis no leite para os parâmetros: odor, flavor, sabor residual e apreciação global.