POLIMORFISMO NO GENE DA BETA-CASEÍNA EM REBANHOS ZEBUÍNOS LEITEIROS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
alergia, CSN2, leite A2, Gir, Guzerá, produção de leite
Diversos problemas vêm sendo relacionados ao leite, destacando-se os alergênicos, ocasionados pela reação imunológica do corpo às proteínas lácteas. Sabendo-se disto e da importância do leite como fonte de proteína de origem animal, encontrar soluções para tais fatos são extremamente necessárias. Estudos apontam que as raças zebuínas apresentam alta frequência do alelo A2 da β-caseína. Este alelo em homozigose propicia um leite não nocivo à saúde humana, mostrando a importância fisiológica de sua detecção. Neste contexto, este estudo teve como objetivo identificar a presenças das variantes alélicas A1 e A2 do gene da β-caseína em rebanhos zebuínos leiteiros, bem como avaliar as características produtivas desses rebanhos. Foram utilizados 156 animais zebuínos leiteiros (68 da raça Gir e 88 da raça Guzerá) provenientes do rebanho da Estação Experimental Felipe Camarão - EMPARN. As extrações de DNA foram feitas a partir do folículo piloso dos animais, o gene foi amplificado e sequenciado. As sequências obtidas foram submetidas a análise no programa Geneious 5.6.5®. Para análise estatística utilizou-se o programa Statistical Analysis System (SAS, 2002), para a análise de variância com comparação de médias, através do teste de Tukey a 5% de significância e para a correlação, através do PROC CORR. As frequências alélicas e genotípicas dos animais Gir e Guzerá foram 98% e 97% para o alelo A2; e 0,96 e 0,93 para o genótipo A2A2. As médias das características produtivas de ambas as raças se encontram dentro do padrão para a espécie, porém diferiram significativamente nos teores de proteína, lactose e extrato seco desengordurado. Os animais da raça Gir obtiveram correlação positiva com o teor de gordura e sólidos totais, enquanto que a raça Guzerá apresentou correlação significativa para as seguintes variáveis: gordura e sólidos totais, proteína e sólidos totais, e lactose e extrato seco desengordurado. Os resultados demonstram à alta frequência do alelo A2 na raça Gir e Guzerá, portanto pode-se afirmar que é possível produzir um leite não alergênico com as raças estudadas. Este trabalho é de grande importância para a produção leiteira, pois raras são as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas sobre este fato e a seleção de raças que apresentam este alelo com alta frequência, desponta como uma alternativa viável para a produção de um leite não alergênico.