ESTUDO SOBRE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE CABRAS LEITEIRAS NAS MICRORREGIÕES AGRESTE E MACAÍBA DO RIO GRANDE DO NORTE
comercialização, manejo nutricional, pasto nativo, perfil do produtor
A criação de programas governamentais de distribuição de alimentos fomentou a caprinocultura leiteira. O Rio Grande do Norte encontra-se entre os principais produtores de leite de cabra no Brasil. Por isto, o primeiro capítulo desse trabalho teve por objetivo traçar um perfil de produtores localizados nas microrregiões Agreste e Macaíba. Utilizou-se para isso um questionário estruturado, de múltipla escolha. Os treze caprinocultores envolvidos nessa pesquisa pertencem à Associação de Criadores de Cabras Leiteiras do Leste - Agreste Potiguar (ACLAP). A seleção desses produtores tomou, como base, o método de amostra não-probabilística intencional, pois a associação vende aproximadamente 19% do leite de cabra produzido na região para a principal usina de beneficiamento do Estado. Os dados obtidos foram analisados pela estatística descritiva. Os resultados mostram que a maioria dos produtores apresenta idade média de 55 anos ± 12 anos e média de 10 anos ± 7 anos na atividade e ensinos médio e superior completos. Os produtores dessas duas microrregiões do Estado sinalizaram, como principal preocupação, a pouca qualidade da mão de obra, indicando a necessidade de capacitação dos trabalhadores envolvidos na caprinocultura leiteira. O segundo capítulo teve por objetivo realizar a caracterização da pastagem e do manejo alimentar de cabras leiteiras em treze propriedades localizadas nas microrregiões Agreste e Macaíba no Rio Grande do Norte. Os dados foram obtidos por meio de um levantamento, com a utilização de um questionário estruturado, o que permitiu identificar: o regime de manejo; as principais espécies forrageiras cultivadas, a utilização de concentrados e os ingredientes nas misturas. Também foi realizado um levantamento fitossociológico na pastagem. O regime de manejo adotado pelos produtores é o semi-intensivo. O milho em grão moído e o farelo de soja são a principal base na ração concentrada dos animais. O capim elefante é a forrageira, na forma de capineira, presente em 83% das propriedades. No levantamento fitossociológico, foi observado que as maiores frequências foram de espécies nativas no estrato herbáceo. Os valores médios para o NDT (44,65%), sugerem a incorporação de suplementos energéticos na dieta dos animais. Realidade encontrada nas propriedades avaliadas. A área de pastagem durante o período de estudo, apresentou grande heterogeneidade de espécies. O manejo alimentar de cabras leiteiras nas fazendas consiste principalmente, no uso de pastagens nativas, capineiras de capim elefante e de concentrados a base de milho em grão e farelo de soja.