Influencia da cura a vapor e adições de metacaulim e fíler calcário nas propriedades mecânicas e microestrutural do concreto autoadensável
Cura térmica a vapor, adições minerais, concreto autoadensável, microestrutura.
O concreto autoadensável (CAA) tem suas primeiras aplicações por volta de1980, voltado inicialmente para concretagens submersas e estruturas densamente armadas. Atualmente seu uso tem se diversificado e uma de suas principais aplicações tem sido em estruturas de concreto armado em fábricas de concreto pré-moldado. O concreto autoadensável devido a sua alta trabalhabilidade necessita apresentar duas características principais: alta fluidez e coesão. A primeira está muito relacionada com os aditivos promovedores de fluidez e água, a segunda função dos materiais finos e aditivos promovedores de viscosidade. O cimento Portland foi por muito tempo o material responsável por auxiliar na coesão, entretanto, por questões técnicas, ambientas e econômicas, as adições minerais tem sido cada vez mais utilizadas. Na busca por melhorias em seu processo fabril, as fábricas de estruturas pré-moldadas de concreto buscam conseguir que o CAA obtenha resistências mais elevadas em um curto período de tempo. Além dos parâmetros de dosagem e seleção dos materiais, uma das ferramentas disponíveis é submeter o concreto a tratamentos térmicos. Em função disso, o presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos da adição das adições minerais: fíler calcário e metacaulim na hidratação do concreto autoadensável quando submetido a cura térmica a vapor. A pesquisa iniciará com dosagem do CAA sem adição e contendo adições minerais em substituição ao cimento nos seguintes teores: 10% de metacaulim (MK), 10% de fíler calcário (LP), 10% MK + 10% LP e 10% MK + 20% LP, seguido dos os ensaios comprobatórios de suas características no estado fresco. O concreto após mistura será submetido ao tratamento térmico de cura a vapor, que terá uma cura inicial a temperatura ambiente (23°C) igual ao tempo de pega do concreto, seguido de um aquecimento a taxa de 20 °C/h, variando-se a temperatura de patamar em 50, 60 e 70 °C, com posterior resfriamento a taxa de 20 °C/h. No estado endurecido, o estudo se dará pela análise das características físicas: absorção por capilaridade, massa específica e absorção total, mecânicas: resistência à compressão e módulo de elasticidade e microestrutural: microscopia eletrônica de varredura (MEV), DRX e FRX. Espera-se que o tratamento térmico beneficie as propriedades mecânicas do CAA, em especial os concretos submetidos à temperatura de patamar de 60 °C. Pode-se esperar a formação de etringita tardia nos concretos submetidos a 70 °C e menor resistência à compressão em idades elevadas (28 e 90 dias). A pesquisa poderá evidenciar os benefícios da incorporação de adições de minerais na hidratação do concreto, em especial as misturas contendo 10% de metacaulim em substituição ao cimento Portland.