PROJETO RAIA DE FOGO: Aspectos populacionais da raia de fogo (Dasyatis marianae, Gomes, ROSA & gadig, 2000) e pesca de elasmobrânquios no complexo recifal do Parracho de Maracajaú
Elasmobrânquios; Dasyatis marianae; pesca; aspectos populacionais; conhecimento popular.
Os elasmobrânquios são peixes com reconhecida importância no sistema aquático, no entanto, alguns aspectos biologia, ecologia, composição da fauna e exploração destes animais ainda são pouco conhecidos. No presente trabalho foram abordadas duas diretrizes nesta temática: o estudo de aspectos da ecologia e biologia da raia de fogo, D. marianae, através de registros subaquáticos e informações do acompanhamento da pesca com a finalidade de caracterizar aspectos populacionais na área do complexo recifal do Parracho de Maracajaú – RN e a identificação das espécies de tubarões e raias que ocorrem na área, também através do acompanhamento da pesca, descrevendo as particularidades da comunidade pesqueira local quanto à sua relação com os elasmobrânquios. A distribuição da espécie na área apresentou uma segregação sexual e ontogenética, onde os juvenis ocorrem próximo à praia, que é uma provável área de berçário e crescimento destes, as fêmeas adultas prevalecem nas fanerógamas, que aparentemente tem uma elevada disponibilidade de presas, e os machos adultos se distanciam mais, ocorrendo numa maior proporção nas áreas mais afastadas, sugerindo um hábito mais exploratório quando comparado às fêmeas. A avaliação do sistema reprodutivo apontou 3 ciclos reprodutivos anuais, um filhote por gestação e mostrou que os machos maturam com menor tamanho que as fêmeas. Os filhotes de D. marianae nascem com tamanho de 12 a 15cm de LD. Quanto à dieta, a espécie foi caracterizada como carnívora carcinofágica especialista. Foram identificadas 16 espécies de elasmobrânquios, onde 11 foram registradas pela primeira vez para a área do complexo recifal e 3 para o Rio Grande do Norte. Na comunidade de Maracajaú a identificação de espécies de tubarões e raias através apenas da classificação popular dos pescadores não é considerada muito fidedigna.