UM BAQUE PELA ANCESTALIDADE: NAÇÃO ZAMBÊRACATU, MATRIARCADO E A CONSTRUÇÃO DE UM EGBÉ (COMUNIDADE) AFRO POTIGUAR
Maracatu-nação. Matriarcado. Ancestralidade. Identidade.
Este trabalho busca refletir sobre o Maracatu-nação como uma manifestação cultural de luta e resistência, tendo como referência para estudos e análises o maracatu potiguar, Nação Zambêracatu, a partir das relações e significados com a ancestralidade negra cultuada nas religiões de matriz afro-brasileira, laços envolvidos por aspectos religiosos, culturais e políticos. A partir dos significados constituídos nesses processos de relações, propomos compreender as concepções de tradição e a construção de uma identidade negra, especialmente sobre os significados de um matriarcado dentro de um maracatu-nação, pensando-o como elemento central para a compreensão e culto da ancestralidade negra e formação de um sentido Egbé (comunidade). Os procedimentos metodológicos estão dispostos de maneira que a escolha dos autores e da metodologia tem relação com demarcar território de pertencimento social e dar voz a intelectuais racializados, nos moldes da pesquisa afrodescendente (CUNHA JUNIOR) e tendo a escrevivência (EVARISTO, C), como forma de escrita, assumindo o lugar do ser que brinca, e escreve, utilizando da valoração da palavra falada e a oralidade, como elemento que faz nascer a escrita (A. HAMPATÉ BÁ) e ainda da observação participante atrelado a perspectiva do ser afetado (FAVRET-SAADA).