Banca de QUALIFICAÇÃO: RAFAELA SANTANA BALBI

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAFAELA SANTANA BALBI
DATA: 19/06/2015
HORA: 09:00
LOCAL: Miniauditório do PPGAU/UFRN
TÍTULO:

A poética do projeto: a expressão tectônica de projetos arquitetônicos desenvolvidos em Trabalhos Finais de Graduação de Escolas Brasileiras.


PALAVRAS-CHAVES:

Arquitetura. Projeto arquitetônico. Tectônica. Trabalhos Finais de Graduação.


PÁGINAS: 72
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO:

RESUMO EXPANDIDO
Um projeto arquitetônico envolve um processo complexo de desenvolvimento e refinamento de soluções projetuais através de múltiplas interpretações. Para se concretizar enquanto processo e produto, passa por diversas fases que vão desde a análise do lócus da intervenção, definição do programa, passando pela concepção do conceito e partido projetual, até chegar à proposta executiva, para fins construtivos (GOUVEIA, 1998). Este desenvolvimento é uma sequência com fim pré-determinado, resultante de um processo mental sofisticado que manipula muitas informações, misturando-as num conjunto de ideias e, finalmente, concretizando-as (LAWSON, 2011). Para os muitos tipos de projeto, inclusive o arquitetônico, é importante não só ter competência técnica, como também avaliação estética (LAWSON, 2011). No âmbito desse processo, encontra-se, dentre outras, a relação entre materiais, técnicas de construção e a forma arquitetônica.
Dentre os temas em voga na arquitetura contemporânea, está a discussão sobre a tectônica, termo inerente ao uso e à configuração de uma edificação em relação aos materiais utilizados e à disposição deles no conjunto da obra (FRAMPTON, 1995). Segundo este autor, a tectônica possui duas abordagens: uma atua como crítica ao Pós-Modernismo e outra como instrumento teórico-analítico, sendo associada a uma dimensão topográfica, incluindo contexto, clima e luz, e, principalmente, ao conceito de place-form (forma ou caráter do lugar), como resistência ao uso da tecnologia sem consideração à cultura do lugar. Frampton relaciona a tectônica a dimensões táteis, sendo elas: stereotomic/tectonic, ontological/representational e tectonic/atectonic, enfatizando na primeira dicotomia a importância da relação sítio-edifício, principalmente no que diz respeito ao assentamento do envoltório arquitetônico no terreno (FRAMPTON,1983, 1995), demonstrando a importância de tratar o projeto arquitetônico dentro do contexto em que se insere.
Assim como a prática profissional da arquitetura é uma atividade complexa, seu ensino é também um exercício desafiador, pois lida com questões de metodologia de ensino e outras questões específicas da área. O desafio de ensinar a fazer arquitetura é maior quando se fala especificamente do fazer projeto, pois a formação e a prática profissional na área da arquitetura não fazem com que o professor necessariamente “saiba promover a qualidade do ensino-aprendizado do projeto” (VIDIGAL, 2010, p. 5). Atualmente no Brasil, as diretrizes curriculares estabelecidas pelo Ministério da Educação para os cursos de Arquitetura e Urbanismo definem um currículo dividido em disciplinas de fundamentação, de profissionalização e no Trabalho Final de Graduação (TFG). Este último deve ser supervisionado por um docente do curso e envolver todos os procedimentos de uma investigação técnico-científica (BRASIL, 2006). O TFG é considerado como a síntese dos conteúdos apreendidos pelos alunos durante o curso onde é facultado aos estudantes escolher um tema, justificá-lo e desenvolvê-lo.
Questiona-se se os projetos de arquitetura desenvolvidos no trabalho de conclusão expressam a preocupação com o lugar, notadamente no que se refere à relação edifício-sítio e à escolha de materiais e sistemas construtivos, enfim, qual é sua expressão tectônica no sentido framptoniano.
O objeto de estudo desta tese é então a inserção da tectônica nos projetos de arquitetura desenvolvidos nos Trabalhos Finais de Graduação (TFG) de escolas de Arquitetura e Urbanismo do Brasil nos últimos cinco anos. Como universo de análise foram pré-definidas 10 instituições de ensino selecionadas a partir e alguns critérios como a tradição das escolas em relação à pesquisa e à reflexão crítica na área de projeto de arquitetura (VELOSO; ELALI, 2011), seu reconhecimento no âmbito nacional pela qualidade no ensino, existência de Programa de Pós-Graduação com linha específica em projeto arquitetônico e, por fim, tradição em pesquisa e ensino na área de tecnologia.
A pesquisa objetiva principalmente compreender como se expressam tectonicamente os projetos de arquitetura apresentados em TFGs em escolas de Arquitetura e Urbanismo brasileiras, no que diz respeito às dimensões topográfica e cultural do lugar.
Considerando a importância da materialidade construtiva da arquitetura, sua expressão tectônica enquanto construção, assim como dos trabalhos acadêmicos de final de curso como fonte de investigação da formação profissional na área, surgiram alguns questionamentos passíveis de investigação. Como são expressos os aspectos táteis da tectônica em projetos de arquitetura apresentados em TFGs e até que ponto a relação com o sítio interfere nesta expressão? O contexto cultural afeta a escolha dos materiais e sistemas construtivos destes projetos? A hipótese é que parte significativa dos estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo não explicita claramente, nos projetos arquitetônicos desenvolvidos em seus Trabalhos Finais de Graduação, a consideração das particularidades do sítio/local de implantação para a definição do partido e desenvolvimento das ideias iniciais, assim como não considera o contexto cultural para a escolha dos materiais e sistemas construtivos adotados. Essa hipótese foi construída a partir da revisão bibliográfica e de uma leitura preliminar do universo empírico da pesquisa.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANÁLIA MARIA MARINHO DE CARVALHO AMORIM - USP
Presidente - 1298938 - MAISA FERNANDES DUTRA VELOSO
Externo à Instituição - MARIA LUIZA DE FREITAS - UFPE
Interno - 1672030 - NATALIA MIRANDA VIEIRA DE ARAUJO
Notícia cadastrada em: 18/05/2015 16:57
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