MAPA METABÓLICO DA INTOXICAÇÃO POR CHUMBO
Metais pesados. Intoxicação por chumbo. Toxicidade ambiental. Sistemas Toxicológicos. Saúde ambiental. Efeito sistêmico do envenenamento por chumbo.
Desde a antiguidade, o chumbo vem sendo utilizado pela humanidade em virtude das suas propriedades físico-químicas, como maleabilidade, ductilidade, resistência à corrosão, baixo ponto de fusão e baixa condutividade elétrica. Entretanto, além de sua importância econômica, o chumbo possui uma importância quanto à saúde humana, uma vez que causa intoxicação. Muitos efeitos da intoxicação pelo chumbo já foram relatados na literatura, afetando o organismo como um todo e produzindo sintomas no sistema cardiovascular, no sistema imune, nos ossos, no sistema reprodutivo, no sistema hematológico, no sistema renal, no sistema gastrointestinal e, principalmente, no sistema nervoso. Levantamentos epidemiológicos, estudos em humanos e em modelos animais mostraram que o chumbo é uma potente neurotoxina, não havendo níveis seguros de exposição. Embora haja evidências sobre como o chumbo afeta a homeostase em nível celular, a descrição das vias metabólicas afetadas na intoxicação por chumbo não está totalmente estabelecida. Par a esclarecer os efeitos da intoxicação por chumbo, o objetivo deste estudo é construir um mapa metabólico das vias celulares alteradas pela presença de chumbo e analisar quais proteínas são capazes de interagir com o chumbo. Encontramos um total de 23 proteínas, incluindo o tripeptídeo glutationa, as quais podem interagir diretamente com chumbo. Estas proteínas, juntamente com as informações das vias presentes no KEGG, permitiram a criação do mapa metabólico da intoxicação pelo chumbo. Nossas análises mostraram que o chumbo interage diversos componentes celulares, principalmente interferindo na função normal de proteínas as quais se ligam a metais essenciais, como zinco e cálcio.