O uso de vídeos como recurso de ensino nas aulas de matemática: possibilidades, contribuições e transversalidade
Vídeos nas aulas de Matemática; Revisão Sistemática da Literatura; Sustentabilidade nas aulas de Matemática; Critérios de Adequação Didática
A Matemática, enquanto uma linguagem de poder, está presente por toda parte e nós, enquanto cidadãos, precisamos estar atentos aos seus maus usos (intencionais ou não), isto é, precisamos ser críticos a seu respeito. Enquanto educadores, professores de Matemática podem estar contribuindo nesse sentindo, mediando aulas que estejam no sentido de uma educação matemática crítica. Os vídeos são uma das ferramentas que podem contribuir para essa abordagem, pois têm o potencial de relacionar a Matemática com temas relevantes do cotidiano social do educando, além de fazerem parte desse mesmo cotidiano. Um desses temas insere-se no contexto das urgentes discussões sobre a emergência das mudanças climáticas e ambientais globais. Diante disso, este estudo buscou responder a seguinte questão de pesquisa: de que forma o vídeo, como recurso didático proposto em teses e dissertações brasileiras, contribui para a atuação dos professores de Matemática, considerando uma formação crítica e transversal em relação à sustentabilidade para os alunos da Educação Básica? Dessa forma, nosso objetivo foi analisar se os vídeos propostos como recursos didáticos nas teses e dissertações brasileiras consideram uma formação crítica e transversal em relação à sustentabilidade para o aluno da Educação Básica. Metodologicamente, a investigação possui abordagem qualitativa e partiu de uma Revisão Sistemática da Literatura. Os trabalhos encontrados foram analisados considerando-se os Critérios de Adequação Didática (CAD), que é uma ferramenta relevante para o planejamento, avaliação e replanejamento dos processos de ensino e de aprendizagem da matemática (Godino, 2013; Breda, Font, Lima, 2015) e que, implicitamente, são mobilizados pelos professores ao justificarem suas práticas (Breda, 2016). As análises realizadas por meio dos CAD foram trianguladas com as discussões sobre a educação matemática crítica de Skovsmose (2001; 2021a), as concepções de Freire (2001; 2022a; 2022b; 2023) acerca da Educação, a proposta taxonômica de vídeos apresentada por Ferrés (1996) e a subjetividade do pesquisador. Os resultados parciais apresentados sugerem que, por um lado, a produção e uso de vídeos em aulas de Matemática têm aumentado, contudo, por outro lado, os professores apresentam falta de clareza ao definir critérios para a seleção de vídeos como recurso didático, ainda que tenham consciência dos potenciais de seu uso.