Microencapsulação de Lactobacillus acidophilus e Lactiplantibacillus plantarum em alginato e gelatina: estudo da produção, caracterização e estabilidade visando aplicação em alimentos
Alimentos Funcionais, Probiótico, Encapsulação, Emulsificação O/A
Os probióticos são definidos como microrganismos viáveis, os quais ingeridos de maneira regular, proporcionam inúmeros benefícios à saúde. No entanto, a viabilidade celular pode ser comprometida pela exposição ao armazenamento e ao processo digestivo. Assim, a encapsulação surge como uma solução tecnológica capaz de promover proteção, liberação controlada, e preservação dos efeitos bioativos. Neste contexto, o presente estudo objetivou produzir, caracterizar e avaliar a estabilidade de micropartículas à base de alginato de sódio ou gelatina suína contendo Lactobacillus acidophilus NRRL B-4495 e Lactiplantibacillus plantarum NRRL B-4496. A encapsulação foi realizada pela técnica de emulsificação óleo em água (O/A), utilizando Tween 20 como tensoativo. Os encapsulados obtidos foram caracterizados por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difração a Laser, Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourrier (FTIR) e Difração de raio X (DRX). Além disso, foram avaliados quanto à viabilidade celular, eficiência de incorporação, dispersibilidade em água, comportamento térmico e estabilidade durante o armazenamento por 60 dias em diferentes condições de temperatura (5 °C e 25 °C). Para os encapsulados em gelatina, as micrografias apontaram partículas irregulares com superfície lisa, contendo microrganismos em suas estruturas, ao contrário das partículas a base de alginato de sódio que apresentaram encolhimento e ausência aparente de microrganismos. O FTIR indicou interações químicas entre os constituintes das formulações a base de gelatina, com a formação de novas bandas vibracionais e visualização de bandas características dos probióticos. Além disso, o DRX mostrou que os encapsulados apresentaram natureza semi-cristalina. As formulações à base de gelatina contendo L. acidophilus e L. plantarum apresentaram diâmetros médios de 26,08 μm (1,74) e 21,56 μm (4,16), eficiências de encapsulação de 89,6% (4,2) e 81,1% (9,7) e viabilidades de [12,1 Log UFC/g (1,0)] e [12,3 Log UFC/g (1,4)], respectivamente (p>0,05). Por outro lado, as partículas a base de alginato exibiram diâmetros de 5,24 μm (1,32) para L. acidophilus e 5,52 μm (4,55) para L. plantarum com viabilidade celular e eficiência de incorporação dos probióticos nulas. Uma dispersibilidade em água de 69% foi encontrada para os encapsulados em gelatina. A análise térmica indicou estabilidade em temperatura inferior a 54 ºC, sugerindo preservação das micropartículas a temperatura ambiente. Por fim, as micropartículas de L. acidophilus em gelatina foram estáveis durante 60 dias de armazenamento a 5 ºC [12,6 Log UFC/g (0,0)] e 25 ºC [12,5 Log UFC/g (0,5)] (p>0,05). Assim, constatou-se que a microencapsulação em gelatina por emulsificação O/A é uma estratégia adequada e favorável à proteção e estabilidade das bactérias probióticas, viabilizando futuras aplicações na área de alimentos.