Nanoencapsulação em gelatina suína e proteína do soro do leite isolada aumenta a solubilidade de óleo de quinoa (Chenopodium quinoa) obtido por via biotecnológica
Óleos vegetais. Ácidos graxos. Vitamina E. Emulsificação.
O óleo de quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) é altamente nutritivo, no entanto a lipossolubilidade traz inúmeros desafios tecnológicos à sua aplicação na indústria alimentícia, assim como sua extração usual utilizando solventes orgânicos é economicamente inviável devido ao baixo rendimento. Com isso, o presente estudo teve como objetivo realizar a caracterização físico-química e química (perfil de ácidos graxos, concentração de alfa e gama-tocoferol e determinação de minerais) do óleo de quinoa obtido por processo biotecnológico, bem como produzir e caracterizar o óleo de quinoa encapsulado em gelatina suína (GS) e na combinação proteína do soro do leite isolada (PTI) e GS. A encapsulação foi realizada pelas técnicas de emulsificação óleo/água para as formulações OG4, OG8, OPG1.4 e OPG1.8, e emulsificação multicamada para OPG2.4 e OPG2.8, variando a quantidade de óleo de quinoa (4 e 8g). Os encapsulados obtidos foram caracterizados por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Difração de raio X (DRX), Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Difração a Laser, Potencial Zeta, e avaliados quanto à eficiência de incorporação (%) e solubilidade em água (%). O perfil de ácidos graxos do óleo mostrou predomínio do ácido linoleico (55,39 %) e, as características físico-químicas avaliadas estavam em conformidade com a legislação vigente. O mineral presente em maior concentração foi o fósforo (2,04 mg.g-1) e a concentração de alfa e gama-tocoferol encontrada foi, respectivamente, de 8,56 e 6,28 mg.100g-1 de óleo. Em relação a caracterização das formulações obtidas, observou-se a presença de partículas com superfície lisa, sem depressões ou rachaduras; com diâmetro médio e índice de polidispersão na faixa de 165,77 a 529,70 nm e 0,379 a 0,687, respectivamente; com carga superficial variando entre +3,76 e +12,06 mV; e estruturas semicristalinas. Além disso, o FTIR indicou que em todos os encapsulados houve a atenuação das vibrações que caracterizam o óleo bruto, sendo mais expressiva nas formulações que continham a combinação de agentes encapsulantes. E também a formação de novas bandas vibracionais, que indicam interações químicas entre os agentes encapsulantes e o óleo. A eficiência de incorporação e a solubilidade em água variou de 77 a 91% e 48 a 71%, respectivamente. Portanto, os resultados mostram que as formulações produzidas por emulsificação multicamada e com a combinação de agentes encapsulantes (PTI e GS) apresentaram as melhores características para viabilizar a aplicação em alimentos.