Status de zinco e fatores de risco cardiometabólicos em indivíduos com síndrome metabólica.
Síndrome metabólica, zinco, biomarcadores, ingestão dietética de zinco, fatores de risco, doença cardiovascular.
A síndrome metabólica (SM) é uma doença multifatorial, cujas alterações fisiopatológicas que podem comprometer o status de zinco. O objetivo deste estudo foi avaliar os biomarcadores do status de zinco e as associações com fatores de risco cardiometabólicos em indivíduos com SM. Trata-se de um estudo tipo caso-controle, desenvolvido com 88 adultos e idosos com SM, caracterizados segundo os critérios do NCEP/ATP-III, e 37 indivíduos sem SM ou outra condição clínica com influência nos parâmetros de zinco. Foram realizadas avaliações clínicas, antropométricas, perfil lipídico, glicêmico e inflamatório. Verificou-se a ingestão de zinco, concentrações de zinco no plasma e eritrócito, bem como a excreção de zinco na urina. Diferenças entre os grupos foram avaliadas por modelos de regressão considerando covariáveis de ajuste. Correlações foram identificadas pelo coeficiente de Pearson (r). O nível de significância adotado foi 5%. A idade média dos participantes foi de 50 (11) anos e 44 (11) anos para o grupo de pacientes com SM e controles, respectivamente, com predominância do sexo feminino em ambos os grupos. A média da ingestão calórica diária foi significativamente maior para os pacientes com SM (p = 0,003) e a ingestão dietética de ambos os grupos caracterizou-se como hiperproteica, normoglicídica e normolipídica. O consumo médio de zinco foi significantemente menor no grupo SM comparado com o controle (p<0,001). Não foram observadas diferenças significativas nas concentrações de zinco no plasma (p>0,05). Identificou-se concentrações significantemente maiores de zinco no eritrócito (p<0,001), independente dos ajustes por covariáveis. A excreção de zinco na urina foi significantemente maior no grupo SM (p=0,008), e os ajustes por idade e sexo explicaram 21% das diferenças (R2=0,21; p<0,001). No grupo SM foram constatadas associações significativas entre zincúria e a glicemia de jejum (r=0,479), circunferência da cintura (r=0,253), triglicerídeos (r=0,360), hemoglobina glicada (HbA1c) (r=0,250), Homeostasis model assessment – insulin resistance (HOMA-IR) (r=0,223) e proteína C reativa ultra-sensível (PCR-us) r=0,427 (todos p<0,05). Na SM confirmamos comprometimento no status de zinco, caracterizadas por aumento do zinco no eritrócito e maior zincúria, apesar das inadequações na ingestão de zinco. Alterações dos fatores de risco cardiometabólicos influenciam na zincúria de pacientes com SM.