ATIVIDADE ANTINFLAMATÓRIA DO ALCALÓIDE CAULERPINA EM MODELO MURINO DE LESÃO PULMONAR AGUDA INDUZIDA POR LPS.
algas marinhas, Caulerpa racemosa, alcalóide, lipopolissacarídeo, inflamação pulmonar
Produtos naturais presentes em algas marinhas do gênero Caulerpa têm sido foco de investigação científica, devido a compostos com diferentes atividades farmacológicas. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do alcalóide caulerpina, obtido de algas marinhas do gênero Caulerpa, em modelo murino de lesão pulmonar aguda (LPA) induzida por lipopolissacarídeo (LPS) bacteriano. Para isso, foi avaliada qual a dose da caulerpina que melhor poderia inibir a migração celular para o pulmão dos animais estimulados com LPS. Assim, camundongos Swiss foram tratados oralmente com diferentes doses da calerpina (4 mg/kg e 2 mg/kg) ou com dexametasona (1 mg/kg) via intraperitoneal. Uma hora após esse esquema de tratamento, os animais receberam por via intranasal, LPS (167 µg/ml). Após 24 horas, o lavado brocoalveolar (LBA) foi obtido para determinação do número total de leucócitos. O tratamento dos camundongos com a caulerpina, nas duas doses testadas, diminuiu a migração de leucócitos para a cavidade pulmonar de modo similar. Diante desses resultados a dose de 2 mg/kg foi usada para as demais análises. O mesmo procedimento foi repetido para avaliar a cinética de migração celular, contagem diferencial de células, determinação dos níveis de proteínas totais e de citocinas pró-inflamatórias no LBA e análise histológica do pulmão nos tempos de 6, 24 ou 48 horas. A caulerpina inibiu a migração de leucócitos para o pulmão no modelo de LPA nos três tempos analisados, com diminuição importante da migração de polimorfonucleares. É possível correlacionar esse efeito com a diminuição nos níveis de proteínas plasmáticas e das citocinas pró-inflamatórias IL-6, IL-12 e TNF-α no LBA, especialmente nos tempos de 24 e 48 horas. Por fim, a inibição do processo inflamatório pode ser acompanhada pela diminuição do dano tecidual observado no pulmão dos animais tratados com caulerpina, onde ocorre um menor infiltrado inflamatório, com menos edema, similar ao que se observa no pulmão dos animais tratados com dexametasona. Conclui-se que o tratamento com a caulerpina, na dose de 2 mg/kg, foi eficaz ao reduzir o processo inflamatório no pulmão em modelo murino de lesão pulmonar aguda.