ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO E MOLECULAR DO VÍRUS CHIKUNGUNYA NO RIO GRANDE DO NORTE NOS ANOS DE 2019 E 2020.
arbovirologia, chikungunya, epidemiologia
Antes considerada uma doença de terceiro mundo, a febre do chikungunya é atualmente uma das principais arboviroses emergentes a nível global. Pouco tempo depois de ter se estabelecido como doença um autóctone no Brasil, o CHIKV se disseminou no estado do Rio Grande do Norte, onde tem causado surtos recorrentes. Por se tratar de uma doença multicausal, vários fatores podem estar favorecendo a constante presença do vírus no estado. O aspecto cronificante e incapacitante da infecção representa uma das principais preocupações no campo da saúde pública. Neste estudo, foram analisadas amostras oriundas de vários municípios do Rio Grande do Norte, incluindo a capital Natal. Também foi verificado a epicentro dos casos estudados no estado, bem como fatores que possam colaborar para o fenômeno da disseminação do vírus. Um total 540 amostras foram testadas por meio da técnica de qRT-PCR, das quais 134 foram positivas para chikungunya nos anos 2019 (n=82) e 2020 (n=52), representando um total de 25% em ambos os anos. A maior população afetada eram pessoas do sexo feminino (60 %) na faixa etária entre 20 e 39 anos. As queixas a mais frequentes apresentadas consistiam em febre (65%), cefaléia (48%) e artralgia (47%). A maior carga viral foi exibida no dia 0 da infecção. Constatou-se entre os percentuais obtidos dois casos prováveis de chikungunya congênita, entre a população de recém-nascidos (1,5%) e dois casos assintomáticos (1,5%). A maior proporção de casos em 2019 foi observada em Natal, no bairro do Tirol (57%); e em 2020, no município de Guamaré (33%). A tendência do epicentro desses casos foi localizada em uma região próxima a Região Metropolitana de Natal. Este trabalho contribuiu para vigilância da chikungunya em conglomerados populacionais no Rio Grande do Norte, delineando áreas de maior incidência, o que serve de base para o controle do epidemiológico do vírus.