AVALIAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE ESPÉCIES DO COMPLEXO Candida parapsilosis EM AMOSTRAS BIOLÓGICAS DE PACIENTES E PROFISSIONAIS DE HOSPITAIS DO NATAL/RN.
Candida spp, Candida parapsilosis, Rio Grande do Norte, Brasil, amostras clínicas, amostras de profissionais de UTI.
Dentre as espécies de Candida não-albicans, o complexo de espécies Candida parapsilosis (C. parapsilosis stricto sensu, C. orthopsilosis e C. metapsilosis) se destaca por causar infecções sistêmicas frequentes, sendo as principais fontes de infecção as mãos dos profissionais de saúde, infusões e biomateriais. Como estas espécies diferem quanto à virulência e sensibilidade antifúngica, o diagnóstico espécie-específico contribui para a escolha terapêutica mais adequada. O objetivo da pesquisa foi comparar a ocorrência das espécies crípticas do complexo Candida parapsilosis em amostras clínicas isoladas pelo LACEN-RN e pelo Centro de Patologia Clínica de Natal/RN e de mãos e boca de profissionais da saúde do Hospital Giselda Trigueiro e Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em relação às demais espécies do gênero Candida no período de agosto de 2015 a setembro de 2016. A identificação das espécies foi realizada previamente pelo equipamento Vitek e alternativamente pelo Chromagar, sequenciamento da região ITS1-5.8S-ITS2 ou PCR do intein VMA (para diferenciar espécies do complexo C. parapsilosis). Dos 163 isolados clínicos obtidos, destacam-se C. albicans (54%), C. tropicalis (18%), complexo C. parapsilosis (14%) e C. glabrata como as mais prevalentes, enquanto que dos 196 isolados de mãos e boca dos profissionais de saúde as espécies de Candida mais prevalentes foram C. albicans (4%), complexo C. parapsilosis (4%) e C. tropicalis (2%). Nossa pesquisa mostra que C. albicans ainda é a espécie mais prevalente, porém o aumento das infecções por C. tropicalis e complexo C. parapsilosis é notório e preocupante. A avaliação do perfil de susceptibilidade antifúngica das diferentes espécies do complexo C. parapsilosis, aqui estudados, não apresentaram diferenças marcantes quanto aos antifúngicos testados. Nossos dados são similares a outros estudos realizados no Brasil, que relatam o complexo C. parapsilosis como a segunda ou terceira mais frequentes entre as Candida não-albicans em infecções hospitalares, sendo este o primeiro estudo sobre a ocorrência do complexo C. parapsilosis no RN utilizando o intein VMA para identificação das espécies.