FONÉTICA E FONOLOGIA NA ESCOLA: de enfoques restritos a possibilidades amplas
Fonética. Fonologia. Livro didático. Escrita ortográfica.
Esta pesquisa tem como objeto de estudo oito recortes do livro didático de língua portuguesa Esferas das linguagens, das autoras Maria Inês Batista Campos e Nívia Assumpção, vigente na 1ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Tertuliano Pinheiro Filho, em Barcelona-RN. O material selecionado permite uma investigação analítico-descritiva, com o propósito de verificar, nele, o potencial para o desenvolvimento de questões fonético-fonológicas da língua e se esse tipo de abordagem é de algum modo explorado pelas referidas autoras. Do livro constituído por nove unidades e vinte e sete capítulos divididos, respectivamente, em três eixos: Leitura e literatura; Texto, gênero do discurso e produção; e Língua e linguagem, há a seleção dos oito recortes – com potencial para se discutir a constituição fonético-fonológica da língua – e subsequente identificação dos conteúdos efetivamente explorados pelas autoras. Diante da ausência ou do pouco aprofundamento de assuntos relacionados à fonética e à fonologia no corpus analisado, estabelecem-se possibilidades de exploração, considerando os próprios materiais apresentados no livro focalizado. Esta dissertação, em seu viés propositivo, lança, então, o Caderno de Atividades, destacando o ensino-aprendizagem da fonética e da fonologia da língua – também em um paralelo com registros escritos – como um meio para que o alunado passe a ter um conhecimento mais aprofundado sobre a língua nas modalidades falada e escrita. O Caderno pretende suplementar a prática pedagógica do professor no ensino médio, tendo em vista o entendimento de que a fonética e a fonologia envolvem discussões basilares para a internalização da escrita ortográfica, além de integrarem a língua – tendo seus próprios representantes e suas possibilidades de arranjos –, assim como a morfologia e a sintaxe – componentes da gramática mais explorados no ensino-aprendizagem. Tanto a parte analítico descritiva da dissertação quanto a parte propositiva são fundamentadas por enfoques de caráter linguístico, mais especificamente fonético-fonológico, e de caráter sociolinguístico, como os encontrados em Câmara Jr. (1972;1999), Cagliari (1999; 2005), Silva (2003) e Bagno (2008).