DESEMPENHO ACADÊMICO: ESTUDO SOBRE UMA ESTRATÉGIA INSTITUCIONAL DE ORIENTAÇÃO ACADÊMICA
Educação. Ensino Superior. Acompanhamento Pedagógico. Orientação Acadêmica. Regime de Observação do Desempenho Acadêmico
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Nas últimas décadas o sistema de acesso ao ensino superior no Brasil passou por grandes transformações motivadas por políticas educacionais de ampliação e expansão das Instituições de Ensino Superior – IES e democratização no acesso dos estudantes. Tudo isso contribuiu para a diversificação do público ingressante, circunstância que associada ao processo de integração dos novos estudantes a esse nível de ensino tem exigido das IES maior dedicação no acolhimento e acompanhamento dos discentes até a conclusão do curso. Nesse contexto, os índices de retenção e de evasão se tornaram relevantes para os estudos que buscam alternativas para o combate dessa problemática, nos quais as estratégias pedagógicas têm se apresentado como ferramentas importantes. Em consonância com essa temática, esse estudo objetivou analisar o denominado Regime de Observação do Desempenho Acadêmico – RODA, uma estratégia institucional da UFRN voltada para o acompanhamento de estudantes com baixo desempenho acadêmico. Para a realização deste diagnóstico foram disponibilizados formulários eletrônicos aos discentes, orientadores acadêmicos e coordenações dos cursos presenciais de Ciências e Tecnologia e Pedagogia vinculado ao Centro de Educação, que representam, respectivamente, o maior e o menor percentual de discentes no referido regime. Os resultados demonstraram que dificuldades vivenciadas no ensino médio foram determinantes para o baixo desempenho acadêmico da maioria dos discentes, e isso ocorre principalmente entre os 1º e 3º semestres do curso. Contudo, a carência de informações sobre o apoio institucional por meio do RODA, tem interferido no desenvolvimento das atividades voltadas à recuperação desses estudantes que, permanecendo nessa condição, se mostraram desmotivados, pressionados e adoecidos. Em contrapartida, a maior parte dos docentes relatou sobrecarga ao unir atividades da docência com as atividades previstas para o papel de orientadores acadêmicos, e a relação orientador-orientando parece não estar funcionado como esperado. A associação dos dados coletados permitiu ainda a identificação de fragilidades e potenciais do referido regime, e as melhorias recomendadas pelos participantes incluíram principalmente o uso de recursos tecnológicos que possam facilitar a comunicação entre os envolvidos e o cumprimento das atividades de orientação acadêmica. No que tange a investigação sobre a contribuição dessa estratégia pedagógica para a trajetória acadêmica dos discentes, observou-se que, dentre os registros de discentes que foram retirados do regime a cada período letivo, o quantitativo dos que superaram suas dificuldades acadêmicas foi predominantemente superior aos cancelamentos ocorridos no mesmo período, o que pode indicar uma contribuição do regime. Contudo, para o processo de integralização curricular, constatou-se que a excessiva maioria das integralizações, relativas ao mesmo grupo analisado, não ocorreu no prazo padrão do curso, sinalizando uma retenção acentuada e o que pode parecer uma não efetividade do RODA nesse aspecto. Por fim, de modo geral, acredita-se que o regime é aceito como estratégia pedagógica de apoio institucional, porém, requer ponderação diante de algumas propostas de ajustes. |