ECOMUSEU DA ÁGUA: PROPOSTA ARQUITETÔNICA COM ÊNFASE NO USO RACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS
Ecomuseu da água, Uso racional da água, Educação Ambiental, Sustentabilidade.
Por onde começar a conscientização e o envolvimento sobre a temática dos recursos hídricos? O presente estudo tem como problemática principal o desperdício de água em edificações diante da escassez deste recurso em nível global e o baixo nível de conscientização para o uso racional do produto. Busca responder de que forma um museu comunitário pode contribuir para a sensibilização da problemática da água e, ainda, como a economia desse recurso pode ser inserida nos sistemas construtivos. O relatório apresenta uma proposta de anteprojeto arquitetônico do Ecomuseu da água, localizado na área da Lagoa do Jiqui, em Parnamirim, Rio Grande do Norte, com ênfase no uso racional dos recursos hídricos. O local é representativo para a proposta de um ecomuseu que incentive a conscientização da comunidade quanto ao problema, por ser uma das principais fontes de abastecimento da cidade de Natal, num cenário de degradação dos mananciais. Os objetivos específicos do projeto são elaborar um programa com previsão de espaços adequados a atividades de educação ambiental, apresentar soluções projetuais de uso racional de água em edificações, assim como propor o uso de sistemas passivos e extensivos para tratamento de esgoto. O referencial teórico tem base na nova museologia como concepção e configuração do ecomuseu, referência em Varine (1992), Brulon (2015); a importância da água e saneamento como direito humano (HELLER, 2022) e segurança hídrica em Natal/RN, com base em Moretti e Tinoco (2022) e Agência Nacional de Águas (2019). E, ainda, as soluções de uso racional de água em edificações. A metodologia inclui levantamento bibliográfico e identificação de estudos de referências projetuais de forma indireta (projetos correlatos) e direta (visita ao Museu Cais do Sertão, em Recife/PE) e estudos bioclimáticos. A proposta é de um edifício com sistema construtivo híbrido (concreto e madeira engenheirada), de design biofílico, constituído de áreas verde e de iluminação natural entre os espaços abertos de exposições permanentes e temporárias, de ampla circulação e de visibilidade com o entorno de modo a integrá-lo ao espaço existente e à realidade local. As soluções de uso racional da água adotadas na captação da água de chuva através das coberturas verde e metálica apontam para uma economia substancial de água potável na edificação, na medida em que o aproveitamento de água pluvial para uso não potável é da ordem de 60%. O sistema representado pelo wetlands construídos, que permite o reuso de águas cinzas e negras no paisagismo do ecomuseu, e o estacionamento permeável como forma de recarga do lençol freático completam um ciclo de sustentabilidade sobre o tema água. A proposta de envolvimento da comunidade com a questão inclui um conjunto de ações educativas conectadas ao fazer científico e de acesso às soluções construtivas adotadas. Espera-se que o Ecomuseu se configure em um local de manifestação científica e artística para promover a conscientização, aprendizado e mobilização.