Atividade antibacteriana e possível mecanismo de ação de plantas utilizadas na medicina popular brasileira: Pseudobombax marginatum e Copaifera duckei Dwyer
Atividade antibacteriana, Pseudobombax marginatum, Malvaceae, Copaifera duckei, Leguminosae, mecanismo de ação
A resistência microbiana tem favorecido a busca por substâncias bioativas provenientes de plantas usadas na medicina popular, com o intuito de se obter novos fármacos com atividade antimicrobiana. Neste estudo, investigou-se a atividade antibacteriana de diferentes extratos da casca de Pseudobombax marginatum e do óleo-resina de Copaifera duckei, e determinar seus possíveis mecanismos de ação. O potencial inibitório foi avaliado utilizando-se os métodos de difusão e diluição em ágar, e a bioautografia. O mecanismo de ação foi analisado por microscopia eletrônica, no qual observou-se algumas alterações na ultraestrutura bacteriana, e ação sobre a parede celular, por eletroforese em SDS-PAGE. A análise química foi realizada pelas técnicas de HPLC (P. marginatum) e CG/MS (C. duckei). Das bactérias estudadas, B. cereus foi a mais suscetível as plantas em estudo, com CIMs correspondentes a 0.5 mg/mL para extrato hidroalcoólico (1:1) e 0.512 mg/mL para a fração butanólica da casca P. marginatum ,e 0.3125 mg/mL para o óleo-resina de copaíba, nos quais pode-se observar alterações na parede celular do B. cereus, com remoção da camada S, espessamento da parede celular e formação de diversos septos nos centros de divisão celular. Quanto ao estudo químico, a análise por HPLC mostrou a presença de compostos derivados da catequina na casca do P. marginatum, e a CG/MS mostrou compostos terpênicos no óleo-resina de C. duckei, tendo como composto majoritário o β-bisaboleno. Desta forma, as plantas em estudo mostram um potencial antibacteriano considerável, podendo contribuir tanto na terapêutica clínica como na área de alimentos, tendo como um de seus prováveis sítios de ação a parede celular bacteriana.