ASSOCIAÇÕES ENTRE APTIDÃO FÍSICA, COMPORTAMENTOS DE MOVIMENTO E PRESSÃO ARTERIAL IMEDIATAMENTE PÓS-EXERCÍCIO EM IDOSOS: UMA PERSPECTIVA DE REDES
pressão arterial imediatamente pós-exercício, aptidão física, comportamento de movimento, envelhecimento, análise de redes.
Introdução: Identificar os fatores associados à pressão arterial (PA) imediatamente pós-exercício, um proxy da PA do exercício, é fundamental para refinar a estratificação do risco cardiovascular e orientar estratégias de saúde pública. Esta tese teve como objetivo explorar as associações entre componentes da aptidão física, comportamentos de movimento e a PA imediatamente pós-exercício em idosos, por meio de análise de rede. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 237 participantes idosos (idade média: 66 ± 5 anos), sem diagnóstico prévio de doença cardiovascular. A PA foi mensurada em repouso e imediatamente após a realização de um teste submáximo de caminhada com duração de 3 minutos (equivalente a 5 METs). A atividade física moderada-vigorosa (AFMV) e o tempo sedentário foram avaliados objetivamente por meio de acelerometria durante sete dias consecutivos. Como marcadores indiretos de aptidão física, foram utilizados: (i) o teste de caminhada de seis minutos (TC6min), (ii) a força de preensão manual (FPM) e (iii) o teste de sentar e levantar em 30 segundos (TSL-30s). As associações entre essas variáveis foram examinadas por análise de rede, uma abordagem estatística multivariada capaz de representar conexões diretas e indiretas entre múltiplos fatores simultaneamente. Resultados: Observou-se que menores escores nos testes FPM (peso: -0,136) e no TSL-30s (peso: -0,106) estiveram diretamente associados a maiores valores de PA imediatamente pós-exercício, indicando que a baixa força muscular pode contribuir para maior sobrecarga cardiovascular pós-exercício. Além disso, menor FPM (peso: -0,176) e baixos níveis de AFMV (peso: -0,128) apresentaram associação direta com maiores níveis de PA em repouso, por sua vez, foi a variável com maior associação direta com a PA imediatamente pós-exercício (peso: 0,581), sugerindo uma associação indireta através da PA de repouso. As medidas de centralidade destacaram o TC6min, o TSL-30s e o tempo sedentário como potenciais pontos de intervenção. A AFMV emergiu como variável central na rede, enquanto a FPM foi altamente conectada a outros nós. Conclusão: Os resultados revelam uma rede complexa de interações, tanto diretas quanto mediadas pela PA em repouso, entre aptidão física, padrões de movimento e a resposta pressórica ao exercício em idosos. Intervenções voltadas para o aumento da AFMV, melhora da capacidade cardiorrespiratória e força muscular, bem como a redução do tempo sedentário, podem ser estratégias promissoras para mitigar a elevação da PA imediatamente pós-exercício nessa população.