DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE NANOEMULSÃO DE ÓLEO DE LINHAÇA CONTENDO AVOBENZONA E TRIS-BIFENIL TRIAZINA: VALIDAÇÃO ANALÍTICA, FOTOESTABILIDADE, FOTOPROTEÇÃO IN VITRO E SEGURANÇA CUTÂNEA EX VIVO
avobenzona; fotoproteção; óleo de linhaça; HPLC; nanoemulsão; tris-bifenil triazina.
A radiação ultravioleta (UV) é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de danos cutâneos, incluindo o câncer de pele. Nesse contexto, o desenvolvimento de formulações fotoprotetoras eficazes e seguras representa um desafio constante na área cosmética. Sendo assim, este estudo teve como objetivo desenvolver, caracterizar e avaliar in vitro uma nanoemulsão fotoprotetora à base de óleo de linhaça contendo os filtros UV avobenzona (AVO) e tris-bifenil triazina (TBPT), com foco na melhoria da fotoestabilidade da AVO, eficácia fotoprotetora e segurança cutânea. Inicialmente, foi desenvolvido e validado um método cromatográfico (HPLC) para quantificação simultânea de AVO e TBPT, seguindo as diretrizes do ICH e utilizando um planejamento experimental Box-Behnken. Em seguida, uma nanoemulsão foi desenvolvida, produzida e otimizada (NEUVMIXopt), contendo 10% de óleo de linhaça, 10% de mistura de tensoativos (Kolliphor® RH 40:Span® 80 8,7:1,3), AVO 1%, TBPT 8%, vitamina E 1%, sorbato de potássio 0,2%, goma xantana 0,5% e água qsp 100%. Essa formulação foi caracterizada por microscopia eletrônica de transmissão e espalhamento de luz dinâmico, apresentando formato esférico, distinção entre partículas de TBPT e gotículas de óleo, diâmetro médio de 147,48 ± 0,58 nm, índice de polidispersividade de 0,23 ± 0,02, potencial zeta de -25,09 ± 0,40 mV e pH de 6,52 ± 0,10, indicando estabilidade coloidal e compatibilidade com aplicação tópica. Os ensaios de fotoestabilidade demonstraram aumento significativo na meia-vida da AVO, de 39,24 minutos em solução de óleo de linhaça para 138,16 minutos na NEUVMIXopt. Além disso, os estudos de eficácia fotoprotetora realizados por espectrofotometria de reflectância difusa revelaram que a formulação desenvolvida apresentou capacidade de proteção UV para todos os fototipos cutâneos, com valores de FPS de 21,67 ±6,67, razão UVA/UVB de 0,88 ± 0,01, e comprimento de onda crítico de 381,67 ± 0,43 nm. Os estudos de segurança cutânea utilizando modelo de pele de orelha de porco mostraram que a formulação não apresentou potencial de permeação cutânea, evitando a absorção transdérmica dos filtros UV, favorecendo a deposição local nas camadas mais externas da pele. Por fim, a análise histológica da pele de porco tratada com a formulação não apresentou alterações morfológicas, indicando ausência de potencial irritante. Diante disso, os resultados obtidos reforçam o potencial da nanotecnologia associada a óleos naturais como estratégia promissora para o desenvolvimento de fotoprotetores mais eficazes e seguros.