Expressão de microRNA derivados de leucócitos associada à disfunção sistólica do ventrículo esquerdo em indivíduos que sofreram infarto agudo do miocárdio
miRNA; leucócitos; infarto do miocárdio; disfunção sistólica do ventrículo esquerdo; insuficiência cardíaca; análise de enriquecimento
A disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (dSVE) é considerada uma grave consequência do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do Segmento ST (IAMCSST). A busca por biomarcadores da dSVE se faz necessária e, neste sentido, os microRNA derivados de células imunológicas se destacam por mediar complicações associadas ao infarto. Portanto, este estudo buscou avaliar a associação da expressão de microRNA derivados de leucócitos com o desenvolvimento da dSVE pós-IAMCSST. Os pacientes pós-IAMCSST foram distribuídos em grupos com dSVE (n=9) e não-dSVE (n=16). A expressão de 61 microRNA foi analisada por RT-qPCR e os microRNA expressos diferencialmente foram identificados. A Análise de Componentes Principais avaliou a estratificação dos grupos com base na expressão dos microRNA. Variáveis preditivas de dSVE foram investigadas por meio de análise de regressão logística. Uma abordagem de biologia de sistema foi usada para explorar a rede molecular reguladora da doença e uma análise de enriquecimento foi realizada. Os microRNA let-7b-5p (AUC: 0,807; 95% CI: 0,63–0,98; p = 0,013), miR-125a-3p (AUC: 0,800; 95% CI: 0,61–0,99; p = 0,036) e miR-326 (AUC: 0,783; 95% CI: 0,54–1,00; p = 0,028) foram super expressos em dSVE e capazes de discriminar os grupos. A análise de regressão logística multivariada apontou o let-7b-5p (OR: 16,00; IC 95%: 1,54-166,05; p = 0,020) e miR-326 (OR: 28,00; IC 95%: 2,42-323,70; p = 0,008) como preditores de dSVE. A análise de enriquecimento dos alvos desses três microRNA demonstrou seu potencial como reguladores de processos relativos à resposta imunológica, adesão célula-célula e alterações cardíacas. Portanto, a expressão de let-7b-5p, miR-326 e miR-125a-3p em leucócitos de indivíduos que sofreram IAMCSST esteve associada à dSVE, indicando seu potencial envolvimento na fisiopatologia da disfunção cardíaca e destacando esses microRNA como possíveis biomarcadores da dSVE.