Autorregulação do córtex pré-frontal e sua relação com a tolerância ao exercício físico e com o acúmulo de gordura corporal
cérebro; atividade física; cognição; estilo de vida sedentário; tolerância ao exercício; fadiga.
A inatividade física é considerada um dos maiores problemas de saúde pública global, e compreender seus efeitos é fundamental para desenvolver estratégias comportamentais eficazes de prevenção e intervenção a saúde. Partindo desse problema de saúde, o objetivo geral dessa tese é investigar a complexa conexão entre corpo, mente e cérebro durante o exercício físico. Esta tese é composta por três capítulos que abordam aspectos neurobiológicos da inatividade física, sobrepeso e obesidade, oferecendo uma compreensão mais aprofundada dessas questões e sua importância para a saúde global. No primeiro capítulo, foi realizada uma revisão abrangente dos fatores neurobiológicos que influenciam a manutenção do comportamento inativo em pessoas com sobrepeso e obesidade, destacando a complexa interação entre estruturas cerebrais, como o sistema límbico e o controle executivo, na tomada de decisões relacionadas à atividade física. Além disso, foi proposto um modelo comportamental com possíveis implicações na manutenção e modulação do comportamento da atividade física. O segundo capítulo explora a relação entre a hemodinâmica do córtex pré-frontal (CPF), o controle inibitório e o desempenho do exercício em indivíduos com sobrepeso ou obesidade. Os resultados sugerem que baixa oxigenação do CPF está associada ao baixo desempenho durante o exercício, e que o mau funcionamento do controle inibitório pode mediar essa relação. O terceiro capítulo investiga-se a relação entre o acúmulo de gordura corporal, a eficiência do acoplamento neurovascular (NVC) e a tolerância ao exercício. Verificamos que a relação entre gordura corporal e intolerância pode ser explicada pelo NVC, subjacente à menor capacidade do CPF em converter respostas hemodinâmicas em controle inibitório para tolerar a realização de exercícios em jovens fisicamente inativos e com massa gorda acumulada. Embora esse fato pareça limitar a autorregulação da percepção das sensações corporais, trazendo previsões sobre a interrupção antecipada do exercício. Além disso, dimensões interoceptivas de maior distração e baixa auto-regulação em indivíduos fisicamente inativos com massa gorda acumulada podem predizer intolerância ao exercício. Acredita-se que o conjunto de conhecimento integrando respostas cerebrais e tolerância ao exercício físico por população sedentária e com elevado acúmulo de gordura gerado por essa tese, fornecem novas evidencias que fundamentam o desenvolvimento de estratégias de intervenção para a promoção da atividade física e combate a obesidade, para então aumentar a qualidade de vida da população