Fatores associados à susceptibilidade ao vírus da hepatite A em homens que fazem sexo com homens usuários de profilaxia pré-exposição ao HIV no Nordeste do Brasil: um estudo transversal
Virus da hepatite A, homens que fazem sexo com homens, profilaxia pré-exposição, epidemiologia
Introdução
A infecção pelo vírus da hepatite A (HAV) tem afetado desproporcionalmente mais homens que fazem sexo com homens (HSH), ocorrendo em surtos, apesar de ser potencialmente evitável por vacinação. Nós determinamos a prevalência de HSH em uso de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV que são suscetíveis ao HAV e os fatores associados à suscetibilidade ao HAV.
Metodologia
De agosto de 2021 a junho de 2023, 282 HSH cisgêneros usuários de PrEP foram incluídos neste estudo transversal. Foram coletadas informações sociodemográficas e clínicas. Amostras de sangue foram coletadas para triagem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e amostras de soro foram testadas para anticorpos anti-HAV IgM e totais.
Resultados
Resultados não reagentes de anticorpos anti-HAV totais foram encontrados em 37,6% dos indivíduos. Os fatores associados à suscetibilidade ao HAV incluíram idade ≤30 anos (razão de prevalência ajustada, 2,02 [intervalo de confiança de 95%, 1,61-2,53]), ter seguro de saúde (1,39 [1,19-1,64]), sexo apenas com homens cisgêneros (1,52 [1,23-1,64]). 1,89]), parceiro não-fixo (1,20 [1,01-1,43]) e ausência de história de IST (1,25 [1,03-1,53]).
Conclusões
Uma alta proporção de HSH cisgêneros que usam PrEP eram suscetíveis ao HAV. Idade jovem, melhor nível socioeconômico e características sexuais relacionadas a parcerias e histórico médico de IST foram associados à suscetibilidade ao HAV nesta população. Compreender a epidemiologia da infecção pelo HAV em populações-chave é essencial para o desenvolvimento de estratégias preventivas, especialmente após o recente surto de hepatite A no Brasil.