CALCIFICAÇÃO CORONARIANA VASCULAR EM PACIENTES COM LIPODISTROFIA CONGÊNITA GENERALIZADA: UMA SÉRIE DE CASOS
Risco cardiovascular; Lipodistrofia Congênita de Berardinelli Seip; Arteriosclerose Cororariana; Escore de Cálcio; Tomografia de Tórax
A lipodistrofia congênita generalizada (LCG) é uma doença rara caracterizada por ausência de tecido adiposo subcutâneo, hipoleptinemia, e marcada resistência à insulina. Embora artigos anteriores tenham descrito eventos cardiovasculares em pacientes com LCG, poucos estudos examinaram a prevalência de doença aterosclerótica. O escore de cálcio coronariano (CCS) é validado para determinar a doença aterosclerótica subclínica e tem sido cada vez mais aplicado para este fim. Usamos o CCS para avaliar a presença de doença aterosclerótica subclínica em pacientes com CGL. Métodos: Neste estudo descritivo, avaliamos prospectivamente 19 pacientes com CGL sem história de eventos cardiovasculares. Seguindo o protocolo padronizado para avaliação do CCS, foi realizada tomografia computadorizada e a presença de qualquer artéria coronária calcificação (CAC) foi considerada indicativa de doença coronariana. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 21,1±13,1 anos, com oito crianças (42,1%; idade 8,4±2,1 anos) e 11 adultos (57,9%; idade 30,4±9,0 anos); IMC médio foi de 19,1±3,5 kg/m2, e 11 pacientes (57,8%) eram mulheres. Cinco pacientes (26,3%) tinham CAC; eles eram mais velhos do que os pacientes sem CAC (33,6 11,1 vs. 16,6 10,8 anos, p=0,02). Não foi encontrada relação entre a presença de CAC e o uso de metreleptina. O escore FIB-4 foi um preditor significativo de CAC, mesmo após ajuste para idade, glicemia e ALT, e diabetes aumentou o risco de CCS alterado em mais de duas vezes (RR 2,25; IC 95 1,08 - 4,67). Conclusões: CAC é frequente em pacientes com CGL e pode indicar risco cardiovascular elevado nesta população.