INVESTIGAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS E CLÍNICAS DURANTE UM SURTO DE CHIKUNGUNYA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL
Surto de Chikungunya; Rio Grande do Norte; Brasil
O primeiro caso autóctone de infecção pelo vírus Chikungunya (CHIKV) no Brasil ocorreu em setembro de 2014 no Estado do Amapá, e de lá se espalhou rapidamente por todo o país. O objetivo deste estudo foi descrever os aspectos epidemiológicos e clínicos da epidemia de Chikungunya no Estado do Rio Grande do Norte no ano de 2016. Amostras biológicas de 284 casos suspeitos de Chikungunya foram submetidas a pesquisa do RNA viral, bem como a pesquisa de Flavivirus (FV) usando o método de transcrição reversa seguida da reação em cadeia da polimerase (RT-PCR). As amostras negativas para RT-PCR foram submetidas a pesquisa de IgM anti-CHIKV e anti-FV pelo método de ELISA. O RNA do CHIKV foi detectado em 125 amostras, ocorrendo com maior representatividade de janeiro e março (46%), atingindo principalmente adultos e idosos. Encontramos uma diminuição gradual no RNA viral ao longo do tempo da doença. IgM anti-CHIKV foi detectado em 47,5% após RT-PCR negativo para CHIKV. Curiosamente, 45% dos casos apresentaram resultados positivos para IgM anti-CHIKV e anti-FV simultaneamente, sugerindo a ocorrência de cocirculação viral no período estudado. O sintoma mais frequente foi febre (91%). As mulheres apresentaram mais chances de desenvolver náuseas e dores abdominais em comparação aos homens. Nossos dados nos permitem entender melhor os aspectos clínicos e epidemiológicos da epidemia de Chikungunya ocorrida em 2016 no Rio Grande do Norte e podem auxiliar no diagnóstico clínico precoce e na prevenção da doença.