RELAÇÕES ENTRE MOTIVAÇÕES PARA ESCOLHAS ALIMENTARES E CONSUMO DE GRUPOS DE ALIMENTOS: UM ESTUDO TRANSVERSAL PROSPECTIVO COM TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO BRASIL
escolha alimentar; consumo de alimentos; preferências alimentares; ingestão de alimentos
As motivações para as escolhas alimentares podem determinar o consumo de alimentos e entender essa relação pode ajudar a direcionar estratégias para a formulação de dietas. Este estudo teve como objetivo identificar associações entre as motivações para escolhas alimentares e o consumo de grupos de alimentos. Foi realizada uma pesquisa observacional transversal, com base em uma amostra estratificada probabilística em dois estágios com 921 trabalhadores de 33 indústrias de transformação no Brasil. As motivações para escolhas alimentares foram avaliadas com o Questionário de Escolha Alimentar e a informação sobre a ingestão dos grupos alimentares foi obtida usando recordatório alimentar de 24 horas. O consumo foi classificado em 31 grupos alimentares definidos de acordo com seu valor nutricional e a classificação NOVA. Os dados foram analisados com regressão de efeitos mistos multi-nível. Os resultados mostraram que o apelo sensorial e o preço eram as motivações mais importantes para as escolhas alimentares, enquanto preocupação ética era a menos importante. O apelo sensorial foi associado positivamente ao consumo de condimentos industrializados (p = 0,022), o preço apresentou correlação negativa com o consumo de óleos vegetais (p = 0,022), a preocupação ética mostrou correlação positiva no consumo de carne branca (p = 0,065) e correlação negativa com os pratos de massas (p <0,001). Em relação à classificação NOVA, a saúde correlacionou-se com um aumento no consumo de alimentos não processados (p = 0,017) e o controle de peso com diminuição do consumo de ingredientes culinários (p = 0,057).