Banca de DEFESA: GILMARA CELLI MAIA DE ALMEIDA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GILMARA CELLI MAIA DE ALMEIDA
DATA: 17/10/2014
HORA: 14:00
LOCAL: Departamento de Odontologia
TÍTULO:

Prevalência e fatores associados à presença de Staphylococcus em feridas de pacientes hospitalizados no interior do Nordeste brasileiro

PALAVRAS-CHAVES:

Staphylococcus; Hospitalização; Feridas infectadas

PÁGINAS: 20
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:

Introdução: As infecções causadas por Staphylococcus sp. apresentam alta frequência nos países em desenvolvimento, e diante da capacidade de adquirir resistência aos antbióticos é alvo constante de pesquisas na área da saúde. As feridas infectadas, especialmente em pacientes hospitalizados, são fontes de contaminação cruzada e consideradas fatores de risco para presença de S. aureus resistente à meticilina  (MRSA). Assim, objetivou-se investigar a prevalência de Staphylococcus sp, especialmente S. aureus e MRSA, e os fatores associados em  isolados de feridas de pacientes internados.

Metodologia: Foi realizado estudo transversal em pacientes com feridas internados em hospital do interior do Nordeste brasileiro no ano de 2012. As amostras de feridas foram coletadas com swab estéril com solução salina 0,85% e posterior incubação em estufa bacteriológica a 37°C por 24 horas. Posteriormente foram semeadas em Ágar Manitol Salgado e as colônias sugestivas de estafilococos foram submetidas à coloração de Gram, testes da catalase e coagulase para identificação das cepas de S. aureus. A detecção dos MRSA e o perfil de resistência foram realizados através do método do disco-difusão. Os MRSA foram confirmados geneticamente pela detecção da presença do gene mecA através da técnica da Reação da Polimerase em Cadeia (PCR). Além disso, através de questionário e prontuário médico, foram coletadas informações sociodemográficas, relativas à internação, uso de antibióticos e condições de saúde dos indivíduos.

Resultados: As feridas foram provenientes de pacientes com média de idade de 63.88 anos e que tinham em média 3.84 anos de estudo. A prevalência de Staphylococcus sp. na ferida foi de 64.8% (n=81) e de S. aureus 20% (n=25). Entre os S. aureus, 32% (n=8) foram MRSA. Pneumonia ou outros problemas respiratórios foi associada  a presença de Staphylococcus sp. na ferida (p=0.032), enquanto presença de Staphylococcus aureus nasal (p<0.001), menor número de dias de antibióticos prévio à coleta (p=0.046) e internação na clínica médica (p=0.025) foram fatores associados à presença de S. aureus na ferida. Além disso, os pacientes acima de 65 anos apresentaram maior frequência de S. aureus na ferida (p=0.055). 37.5% dos isolados de MRSA foram de indivíduos com uso prévio de antibiótico, 75% de pacientes com duas ou mais comorbidades, 25% com câncer e/ou diabetes, 50% com distúrbios cardiovasculares e 50% foram de indivíduos que vieram a óbito.

Conclusões: As feridas se apresentam como fontes de colonização por Staphylococcus sp., com expressiva frequência de S. aureus e  MRSA. A mucosa nasal foi importante fonte de colonização de S. aureus em feridas, ressaltando cuidado com contaminação cruzada em ambiente hospitalar, em especial nos pacientes idosos que são mais vulneráveis à aquisição de infecções nosocomiais. Diante disso, as feridas devem ser alvo de prevenção e controle para evitar disseminação microbiana, favorecer tratamento do paciente e minimizar custos em saúde. 

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 277398 - KENIO COSTA DE LIMA