Consumo alimentar e inibidores de protease e sua relação com parâmetros antropométricos e bioquímicos da lipodistrofia em pessoas que vivem com HIV
lipodistrofia, dieta, pessoas que vivem com HIV, antiretrovirais
A lipodistrofia é caracterizada por redistribuição de gordura corporal e distúrbios do metabolismo glicídico e lipídico. Sua etiologia está relacionada à infecção e à terapia medicamentosa, porém, há escassas evidências sobre o papel da nutrição sobre estas alterações. O presente estudo objetivou avaliar a relação do consumo alimentar e do uso de inibidores de protease com os parâmetros antropométricos e bioquímicos em pessoas que vivem com HIV. A amostra foi composta por 50 pacientes. Questões sobre nível socioeconômico, hábitos de vida e histórico da infecção foram coletadas. Além disso, foi realizado avaliação do consumo alimentar (questionário de frequência), antropométrica (índice de massa corporal, perímetro abdominal, dobra cutânea tricipital e área muscular do braço corrigida) e bioquímica (glicemia e perfil lipídico). Apenas 37% da amostra foi classificada com bom consumo alimentar, 54% apresentaram sobrepeso ou obesidade e 66% apresentaram perímetro abdominal elevado. O grupo com consumo alimentar classificado como “bom” obteve melhores valores de HDL-c do que os do grupo “ruim” e os pacientes em uso de IP apresentaram valores de VLDL-c e triglicerídeos significativamente mais elevados. Estes resultados indicam a necessidade de monitoramento contínuo desses pacientes e de intervenções não medicamentosas como a educação nutricional e prática de exercícios físicos.