Contribuições do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) para a formação do aluno de psicologia
formação do psicólogo; PIBIC; iniciação científica; formação em pesquisa; alunos de psicologia.
A graduação em Psicologia tem sido, historicamente, apontada como deficitária em aspectos relacionados à formação crítica e integração entre teoria e prática. Nesse sentido, a formação científica é apontada como uma possibilidade para suprir essas lacunas. Dessa forma, este trabalho investigou como acontece a formação dos alunos de Psicologia bolsistas do PIBIC/CNPq, iniciativa estratégica para a formação inicial em pesquisa na graduação. Foram enviados questionários eletrônicos para todos os bolsistas em Psicologia do Brasil (622, 104 responderam), com questões sobre atividades desenvolvidas, orientação, avaliação sobre o programa, entre outras. Investigou-se também a produção acadêmico-científica, por meio de consulta aos currículos Lattes dos respondentes. A maioria dos participantes (70%) afirmou que a principal motivação para entrar no programa foi o interesse na pesquisa ou na carreira acadêmica. 60% dos bolsistas exerceram atividade como voluntários antes de serem contemplados com a bolsa. Dos respondentes, 65,4% são de fato acompanhados diretamente pelo orientador e 80% têm orientações uma ou mais vezes a cada 15 dias. Identificou-se que os bolsistas de Psicologia não participam de todas as atividades da pesquisa e que a proximidade com o orientador está relacionada à realização de tarefas que favorecem a formação crítico-reflexivo do aluno. Por fim, menos de 25% dos alunos publicaram artigos ou capítulos de livros, demonstrando possível exclusão do aluno dessa fase. No geral, os bolsistas avaliam positivamente o programa, acreditando que esse contribui para sua formação acadêmica e profissional. Diante disso, assinala-se o potencial do PIBIC para a formação de psicólogos mais críticos e capazes de propor inovações e práticas contextualizadas. Contudo, resultados obtidos em programas como esse denunciam a desqualificação da formação que a maior parte dos alunos, não bolsistas, recebem. Assim, ressalta-se que deve haver maior investimento para melhoria do ensino de graduação e não apenas para programas que atingem poucos alunos.