Banca de QUALIFICAÇÃO: CIBELE SIEBRA SOARES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CIBELE SIEBRA SOARES
DATA: 06/08/2012
HORA: 09:00
LOCAL: Auditorio de Psicologia
TÍTULO:

SONO E PERCEPÇÃO VISUOESPACIAL EM PROFISSIONAIS SUBMETIDOS A ESQUEMAS DE TRABALHO EM TURNOS


PALAVRAS-CHAVES:

privação de sono; cognição; visuoespacialidade; trabalho em turno; vigilância psicomotora.


PÁGINAS: 70
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

O sono é um ritmo circadiano, ou seja, um ritmo biológico que apresenta oscilação ao longo das 24 horas. Os ritmos biológicos são gerados e controlados endogenamente pelo Núcleo Supraquiasmático (NQS) do hipotálamo, considerado o relógio biológico para os mamíferos. O sono é regulado por dois processos: o processo homeostático S e o processo circadiano C. O processo S refere-se à regulação do sono dependente da quantidade de sono e de vigília. Ou seja, há uma maior propensão ao sono quando a vigília é alongada. O processo C sugere que a alternância entre períodos de alta e de baixa propensão ao sono é controlada por um marcapasso circadiano endógeno, sendo basicamente independente do sono e da vigília. Estes dois sistemas se combinam para determinar o momento do início e do término do sono (Benedito-Silva, 2008). Em condições de normalidade, estes mecanismos regulatórios possibilitam ao sono manter uma relação temporal com outros ritmos do organismo, chamada de organização temporal interna, a qual assegura que as variações rítmicas do corpo funcionem de forma sincronizada. De semelhante modo, estabelece uma organização temporal externa com as pistas temporais do ambiente as quais está exposto (os sincronizadores). No entanto, situações adversas podem ocasionar um desequilíbrio entre os ritmos endógenos e entre os ritmos e o ambiente (dessincronizações internas e externas), ocasionando irregularidades de sono, privação de sono e distúrbios de sono. O trabalho em turno se configura como um dessincronizador, pois, neste esquema de trabalho, o indivíduo desloca a atividade para horários que seriam de repouso e o repouso para horários que seriam de atividade, prolongando a vigília e alterando o sistema homeostático e circadiano, podendo ocasionar alterações no sono. Pesquisas indicam a importância do sono para o desempenho cognitivo de funções como a atenção, memória e vigilância. Logo, prejuízos na qualidade do sono podem tornar os processos cognitivos mais instáveis, lentos e propensos a erros, sendo um fator de risco para acidentes de trabalho. Estudos têm demonstrado que a percepção visuoespacial também pode ser afetada pelas alterações de sono. Dados da literatura relatam alterações visuais em trabalhadores em turno que podem comprometer substancialmente a eficiência no trabalho, principalmente em profissões relacionadas a atividades predominantemente visuais. Dentre as alterações, pode-se destacar: erros de detecção de estímulos visuais, falhas de discriminação entre estímulos próximos e semelhantes, negligência visual, efeito de visão de túnel e formação de imagens turvas e duplas sobre a retina. Como a percepção visuoespacial é fundamental para compreender, representar, organizar e se situar em relação às informações do ambiente, falhas desta natureza podem contribuir para a percepção errônea de uma cena visual, induzindo o maior número de erros no trabalho. No entanto, não há consenso sobre a relação entre sono e processos visuoespaciais. Geralmente, anormalidades visuais associadas à privação de sono são consideradas decorrentes do declínio global da atenção e vigilância e não exclusivamente por conta de alterações perceptivas (Kerkhof & Van Dongen, 2010; Spence & Feng, 2010). Neste sentido, este trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade do sono e sua relação com a percepção visuoespacial em trabalhadores em turno. Os objetivos específicos são: avaliar o padrão de sono em diferentes turnos; comparar os efeitos dos diferentes turnos de trabalho sobre a qualidade do sono e comparar os efeitos dos diferentes horários de trabalho em turno sobre a percepção visuoespacial. Participarão da pesquisa, 30 controladores paineleiros da Petrobras no município de Guamaré - RN, do sexo masculino, na faixa etária de 25 a 50 anos. Eles serão divididos em dois grupos: 15 trabalhadores do turno diurno e 15 do turno noturno. Os trabalhadores estão submetidos em esquemas de turnos alternantes de 12 horas ininterruptas, durante sete dias corridos, com folga de sete e quatorze dias alternados. Para a avaliação do sono serão utilizados: um Diário de Sono, preenchido durante 15 dias; a Escala de Sonolência Karolinska (ESK), feita a cada três horas durante o turno, por quatro dias consecutivos; o Questionário de Hábitos de Sono; o Questionário de Identificação de Cronotipo e o Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP). A vigilância será avaliada através de uma versão portátil do Teste de Vigilância Psicomotora (PVT), instalado em computadores de mão (palm tops), o qual será aplicado em três momentos durante o turno (com intervalo de três horas entre cada aplicação), durante quatro dias consecutivos. A visuoespacialidade será avaliada através do Teste de Figuras Complexas de Rey e o Subteste Cubos do WAIS III, os quais serão aplicados em dois momentos: no primeiro dia de turno e após quatro dias de trabalho. Os dados obtidos serão analisados por meio de análises estatísticas descritivas, do teste de correlação de Pearson e do teste t de Student. A pesquisa encontra-se em processo de finalização dos capítulos teóricos, com previsão de início da coleta de dados para o mês de maio do corrente ano.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARIO SERGIO VASCONCELOS - UNESP
Externo à Instituição - NADIA MARIA RIBEIRO SALOMÃO - UFPB
Notícia cadastrada em: 02/08/2012 14:34
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