Banca de QUALIFICAÇÃO: CAROLINE CRISTINA DE ARRUDA CAMPOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAROLINE CRISTINA DE ARRUDA CAMPOS
DATA: 06/08/2012
HORA: 09:00
LOCAL: Auditorio de Psicologia
TÍTULO:

A PERSPECTIVA DOS ADOLESCENTES SOBRE O PROCESSO SOCIOEDUCATIVO DO PROJOVEM ADOLESCENTE


PALAVRAS-CHAVES:

juventude; políticas públicas; grupo focal.

 


PÁGINAS: 68
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Atualmente, a pauta juventude vem ganhando repercussão no espaço da sociedade civil, na mídia, nos movimentos sociais, na academia e no governo, em diversos domínios, seja em função da representatividade demográfica nacional, seja em função de questões como o retrato social preocupante no que diz respeito ao desemprego, escolaridade, pobreza, violência a que está sujeita esta parcela da população. Compreender as diversas questões que perpassam os problemas sociais os quais atingem diretamente a parcela jovem da população é compreender como se dão as relações no nosso mundo contemporâneo, caracterizado por um tempo que combina um acelerado processo de globalização e crescentes desigualdades sociais. A juventude é a parcela da população mais atingida seja pelas transformações sociais, que, por exemplo, restringem o acesso ao mercado de trabalho, seja pelas inúmeras formas de violência e violação de direitos (Novaes, 2007). Dessa maneira, a partir dos diagnósticos das vulnerabilidades da condição juvenil contemporânea, as Políticas Públicas de Juventude tem ganhado maior força e um lugar mais definido nas pautas das demandas e conquistas sociais. Faz-se necessário, então, direcionar atenção para estas Políticas Públicas, a fim de promover uma reflexão sobre como ocorre a execução destas junto ao seu público alvo. Desta forma, o propósito deste projeto é realizar uma pesquisa na qual se busca investigar o modo como se tem operacionalizado a execução do principal Serviço voltado ao público jovem no país, o Projovem – Programa Nacional de Inclusão de Jovens - na sua modalidade Projovem Adolescente (PJA), dando voz aos próprios adolescentes integrantes do serviço. A pesquisa objetiva discutir as ações do Projovem Adolescente no que diz respeito ao processo socioeducativo de formação individual e coletiva, a partir da visão dos adolescentes participantes da cidade de Natal/RN. E especificamente objetiva-se também investigar de que maneira os adolescentes avaliam as atividades das quais participam, considerando se suas expectativas coincidem com as propostas do programa; averiguar a participação dos adolescentes na elaboração, execução e avaliação das ações socioeducativas do programa nos três eixos estruturantes, a Convivência Social, a Participação Cidadã e o Mundo do Trabalho; e compreender as motivações que contribuem para a inserção e permanência ou evasão dos adolescentes no PJA. Acredita-se que dar voz aos usuários do Programa poderá proporcionar uma reflexão sobre o modo como a Política Nacional de Juventude, e também a Política Nacional de Assistência Social, através do Projovem Adolescente tem atingido seu público. O perfil do público-alvo do Projovem Adolescente, cuja faixa etária varia entre 15 e 17 anos, constitui-se em um segmento mesclado na fronteira entre a adolescência e a juventude. Deste pressuposto se faz necessária tanto uma definição de concepções voltadas para o conceito de jovens e de juventudes, quanto outra, referente aos conceitos de adolescentes e adolescências. Diversos são os autores que discutem a noção de Juventude definindo-a como ambígua, diversa e por vezes controversa (Trassi, Malvassi, 2010; Jaccoud, Hadjab, Rochet, 2009; Sposito, 2003). Pois é possível entendê-la partir de diversos aspectos seja como uma faixa etária, um período de transição da vida, um contingente populacional, uma categoria social, uma geração. Tendo estes aspectos proximidade, de algum modo, com a dimensão de fase do ciclo vital entre a infância e a maturidade (Freitas, 2005). O conceito de juventude pode então ser considerado uma definição imprecisa, historicamente construída e em permanente mutação. A noção de adolescência também pode ser polêmica considerando seu relativismo, pois é bastante demonstrado que sua existência como lugar e função social varia em diferentes momentos da história da humanidade, e contextos sociais, chegando até a inexistir em algumas culturas. Assim é válido ponderar a existência da adolescência como uma etapa da vida também como uma variante da condição social de classe (Trassi; Malvassi, 2010). Em virtude da diversidade de situações existenciais que afetam os indivíduos nessa etapa do ciclo de vida, tem sido recorrente a importância de se tomar a ideia de juventude e de adolescência em seu sentido plural – juventudes e adolescências (Sposito, 2003), sentido este compartilhado pela presente pesquisa. O Programa Nacional de Inclusão de Jovens – PROJOVEM - tem como faixa etária de atendimento o público de 15 a 29 anos e constitui-se em quatro modalidades de execução, a atenção da presente pesquisa volta-se para a modalidade Projovem Adolescente, a qual destina-se ao atendimento de jovens com específica faixa etária entre 15 a 17 anos. O PJA é um serviço de Proteção Social Básica, integra a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e compõem o processo de construção e execução conjunta do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). As ações socioeducativas realizadas pelo PJA se baseiam em três eixos estruturantes: convivência social, mundo do trabalho e participação cidadã (MDS, 2009). Comintuitode responderao objetivodesta pesquisa, foram realizadas visitas a todos os locais onde ocorrem as atividades do Projovem Adolescente na cidade de Natal, a fim de entrevistar os coordenadores e conhecer as ações realizadas. O município possui 12 núcleos de atendimento com capacidade para atender até 2200 adolescentes distribuídos em grupos de chamados coletivos. Cada coletivo abriga até 25 adolescentes e os coletivos exercem um papel fundamental para a realização das ações socioeducativas propostas pelo PJA. Seguindo o delineamento do método de coleta de dados da presente pesquisa foi realizado, junto aos profissionais que trabalham diretamente com os adolescentes do Serviço, um levantamento do número de adolescentes com no mínimo 1 (um) ano de participação nas ações do Projovem, para a participação de grupos focais. Tal técnica de coleta foi escolhida por trabalhar explicitamente com a interação do grupo na produção de dados que seriam menos acessíveis sem a interação verificada em grupo (Flick, 2009). Foi elaborado um roteiro para a realização dos grupos que prevê 2 (dois) encontros com cada grupo e serão realizados 3 (três) grupos focais em núcleos de atendimento diferentes no total. Cada primeiro encontro será dividido em um momento de reflexão inicial norteado por duas questões que versam sobre como foi/tem sido a participação dos adolescentes no PJA e como cada um imagina suas vidas no futuro, e logo após será iniciado um debate norteadas por seis questões abertas as quais tratam sobre as expectativas dos adolescentes ao participar do programa; as principais dificuldades encontradas no desenvolvimento das atividades; o nível de participação no planejamento, realização e avaliação das ações; os elementos que eles consideram que contribuem para promover a convivência social; as concepções e significados do trabalho e os caminhos para gerar uma adequada inserção dos adolescentes no mundo do trabalho; e os projetos de vida após a participação no Programa. No segundo encontro com cada grupo será realizada uma retomada da reflexão sobre a participação das ações socioeducativas e será proposta a criação de um fanzine no sentido de sistematizar a discussão do dia por meio de uma criação gráfica. O fanzine, ou zine, é uma publicação de caráter alternativo que pode ser usada para um fim informativo, político ou de entretenimento; os fanzines deverão ser produzidos através da sugestão de que os adolescentes registrem as próprias aventuras/aprendizados na vivência das ações socioeducativas do Projovem Adolescente, por meio de textos, recortes, colagens, desenhos, fotografias, etc. O número de participantes varia entre cinco e dez membros e cada encontro será gravado em vídeo e transcritos para contribuir favoravelmente no processo de análise dos dados. Na atual fase da pesquisa já foi realizada a coleta em um grupo na Zona Norte de Natal e contou com a participação de dez adolescentes, este primeiro grupo contribuiu na adequação dos procedimentos necessários à coleta de dados. A análise dos dados será feita qualitativamente à luz dos aspectos teóricos do materialismo histórico-dialético, utilizando-se também como base de análise a Teoria Fundamentada. O software QDA-Miner será utilizado como instrumento auxiliar na organização dos dados coletados. As questões éticas estão sendo consideradas e a pesquisa será submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARIO SERGIO VASCONCELOS - UNESP
Externo à Instituição - NADIA MARIA RIBEIRO SALOMÃO - UFPB
Notícia cadastrada em: 02/08/2012 14:31
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